Em festa marcada pela pandemia, 'Las niñas' leva Goya de melhor filme
Málaga, Espanha, 7 Mar 2021 (AFP) - Em uma cerimônia realizada por videoconferência por causa da pandemia do coronavírus e apresentada pelo ator Antonio Banderas, a 35ª edição do prêmio Goya, o Oscar do cinema espanhol, premiou neste sábado (6), em Málaga (sul), o longa "Las niñas" como o melhor filme do ano.
Primeira obra da cineasta Pilar Palomero, a fita trata da história da passagem para a adolescência de um grupo de alunas de um colégio de freiras.
Alex Lafuente, um dos produtores do filme, que no total ganhou quatro Goyas, agradeceu por videoconferência a "todos estes autores, distribuidores, produtores e cinemas independentes que tiveram um ano muito difícil" com a pandemia de covid-19.
O prêmio principal foi anunciado por uma enfermeira representando os trabalhadores da saúde, que estão na linha de frente da luta contra a pandemia, que deixou até agora mais de 71.000 mortos na Espanha.
A obra íntima, centrada nos diálogos entre as meninas, superou o favoritismo de "Adú", filme sobre a imigração que rendeu o Goya de melhor direção para Salvador Calvo.
Entre os outros aspirantes ao prêmio principal da noite estavam "La boda de Rosa", de Iciar Bollain; "Sentimental", de Cesc Gay e "Ane", de David Pérez Sañudo.
"Las Niñas" é um filme delicado que se concentra em Celia (a estreante Andrea Fandós), uma menina de 11 anos que estuda em um colégio de freiras de Zaragoza, e seu grupo de amigas, ao qual se junta a recém-chegada Brisa, uma jovem descolada que ouve rock e se veste de forma diferente.
Ambientada no começo dos anos 1990, em uma sociedade ainda muito conservadora, a trama apresenta as primeiras experiências deste grupo de meninas: o primeiro cigarro, o uso de batom, as primeiras festas e os primeiros flertes. Ao longo do filme, elas conversam sobre seus medos e anseios.
Paralelamente, o filme nos mostra a relação de poucas palavras e longos silêncios de Celia com a mãe, Adela (Natalia de Molina), uma mulher que sofre a rejeição da família por ser mãe solteira.
"O que tentamos fazer foi contar uma história de pequenas coisas, de pequenos detalhes (...), é mais uma história muito íntima, de ir com Celia, com suas amigas, com câmeras quase invisíveis que lhes permitem ser elas mesmas", explicou Pilar Palomero em entrevista à TV pública TVE.
Entre os demais contemplados da noite, "El olvido que seremos", um mergulho na violência política na Colômbia nos anos 1970 e 1980 com um recorte cotidiano e familiar, se tornou a primeira produção colombiana a ganhar o Goya de melhor filme latino-americano.
O prêmio de melhor atriz foi para Patricia López Arnaiz, protagonista de "Ane", pela interpretação de uma jovem mãe divorciada, aguerrida e disposta a tudo para recuperar a filha.
O Goya de melhor ator foi para o 'enfant terrible' do cinema espanhol Mario Casas, que após uma frutífera carreira como ator de séries e filmes de cinema, foi contemplado com o prêmio pelo papel principal do 'thriller' "No matarás".
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