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Morre aos 101 anos o poeta Lawrence Ferlinghetti, ícone da geração Beat

Lawrence Ferlinghetti em sua livraria em São Francisco - STRINGER/REUTERS
Lawrence Ferlinghetti em sua livraria em São Francisco Imagem: STRINGER/REUTERS

Da AFP, em São Francisco (EUA)

23/02/2021 19h36

O último grande poeta da geração Beat, Lawrence Ferlinghetti, que promoveu o movimento da contracultura nos Estados Unidos na década de 1950 com sua livraria City Lights e suas próprias obras, morreu ontem aos 101 anos, informou a loja hoje.

"Nós amamos você, Lawrence", declarou a City Lights no Twitter.

Nascido em 1919 em Nova York, ele participou dos desembarques na Normandia em 1944 na Segunda Guerra Mundial e testemunhou o horror da bomba atômica em Nagasaki.

Em 1953, se tornou um dos fundadores da City Lights em San Francisco. A livraria logo se tornou um meio de expressão para a poesia beat, um ponto de encontro para seus artistas.

Dois anos depois, se tornou a primeira editora de autores icônicos como Jack Kerouac, William S. Burroughs e Allen Ginsberg.

Ferlinghetti publicou seu próprio livro "A Coney Island of the Mind", em 1958, que vendeu mais de um milhão de cópias e o estabeleceu como um importante poeta.

Em 1957 ele foi preso sob a acusação de obscenidade por publicar "Howl" (Howl), um poema icônico de Ginsberg que se tornou um dos ícones da geração Beat. O poema, que fala sobre homossexualidade e drogas, foi criticado como obsceno, mas Ferlinghetti foi absolvido após um julgamento altamente divulgado.

A City Lights disse que Ferlinghetti "continuou a escrever e publicar novos trabalhos até os 100 anos de idade".

"Sua curiosidade não tinha limites e seu entusiasmo era contagiante e sua falta será muito sentida", disse a livraria em seu site.