WhatsApp adia alteração de normas de serviço após fuga de usuários
San Francisco, 16 Jan 2021 (AFP) - O aplicativo de troca de mensagens Whatsapp anunciou nesta sexta-feira (15) que adiará uma alteração em suas normas sobre troca de informações devido à perda de usuários para concorrentes como Telegram ou Signal.
O aplicativo para smartphone, muito popular tanto no Brasil como no mundo, cancelou o prazo de 8 de fevereiro para que os usuários aceitassem as novas regras, que incluem o compartilhamento de suas informações com os servidores do Facebook, garantindo que usará esse intervalo para esclarecer desinformação sobre privacidade e segurança.
"Ouvimos de muitas pessoas a confusão que existe sobre nossa atualização recente", disse o WhatsApp em uma postagem no blog. "Esta atualização não amplia nossa capacidade de compartilhar dados com o Facebook", acrescentou.
Em vez disso, a empresa observou que informará "gradualmente as pessoas para que revisem as regras em seu próprio ritmo antes que novas opções de negócios sejam disponibilizadas em 15 de maio".
A mudança polêmica está relacionada à forma como os comerciantes que usam o WhatsApp para entrar em contato com os clientes podem compartilhar os dados com o Facebook, que por sua vez pode usar as informações para anúncios personalizados, de acordo com a rede social.
"Não podemos ver suas mensagens privadas ou ouvir suas ligações, nem o Facebook", garantiu o WhatsApp em um post anterior. "Não mantemos registro da atividade dos usuários em mensagens ou ligações. Não podemos ver sua localização e nem o Facebook".
Segundo o WhatsApp, as informações sobre a localização e o conteúdo das mensagens são criptografadas de ponta a ponta.
"Estamos dando às empresas a opção de usar os serviços de armazenamento de dados seguros que o Facebook tem para gerenciar conversas com seus clientes, responder a perguntas e enviar informações úteis, como recibos de compra", explicou o WhatsApp, que reconheceu, porém, que isso pode resultar em publicidade no Facebook.
Os especialistas em tecnologia apontam que o novo requisito torna juridicamente vinculativa uma política que tem sido amplamente utilizada desde 2016.
O Facebook pretende monetizar o WhatsApp ao permitir que as empresas entrem em contato com seus clientes por meio da plataforma, tornando natural para o gigante da internet centralizar os dados em seus servidores.
- Países preocupados -A Autoridade de Concorrência da Turquia disse que está abrindo uma investigação e exigirá que o WhatsApp suspenda a obrigação de compartilhar dados de seus usuários.
Várias organizações estatais turcas - incluindo a assessoria de imprensa do presidente - migraram para o novo serviço de mensagens BiP da Turkcell em resposta.
O ajuste dos termos de serviço também colocou o WhatsApp em destaque na Itália e na Índia, onde uma petição foi protocolada em um tribunal de Delhi.
Para a agência italiana de proteção de dados GPDP, a notificação do WhatsApp aos seus usuários carecia de clareza e suas implicações de privacidade precisam ser avaliadas com cuidado, conforme avaliado pela agência em seu site.
O Facebook enfrenta uma pressão cada vez maior dos reguladores enquanto tenta integrar seus serviços.
A União Europeia multou o gigante das mídias sociais em 110 milhões de euros por fornecer informações imprecisas sobre a aquisição do WhatsApp em 2014 e sua capacidade de vincular contas entre serviços.
Reguladores estaduais e federais nos Estados Unidos acusaram o Facebook de usar suas compras do WhatsApp e Instagram para suprimir a concorrência e entraram com ações antitruste no mês passado.
- Corrida por usuários -Temores sobre a privacidade do usuário têm crescido em torno das plataformas, o que fez com que o Uber não medisse esforços para enfatizar que a mudança nos termos de seu aplicativo, que entrará em vigor em 18 de janeiro, não tem relação com compartilhamento de dados.
Enquanto isso, o aplicativo rival de mensagem criptografada Telegram viu um aumento acentuado de usuários em seu serviço desde o anúncio do WhatsApp, revelou seu criador, Pavel Durov.
"As pessoas não querem mais trocar sua privacidade por serviços gratuitos", disse Durov à AFP, sem se referir diretamente ao concorrente.
O WhatsApp garante ter mais de 2 bilhões de usuários.
O aplicativo de mensagens Signal também confirmou um rápido aumento de usuários, ajudado em parte por um tuíte do homem mais rico do mundo, Elon Musk, que o recomendou.
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