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Semana começa com expectativa de lucros trimestrais para gigantes tecnológicas

26/10/2020 10h50

San Francisco, 26 Out 2020 (AFP) - As grandes companhias de tecnologia estão se preparando para uma semana de fortes expectativas para seus resultados trimestrais, que devem mostrar resistência à pandemia e aos novos ataques dos legisladores antes das eleições de 3 de novembro.

Após uma reação violenta recente contra gigantes do Vale do Silício, as empresas buscarão tranquilizar os investidores e, ao mesmo tempo, vão-se defender de reguladores e ativistas que afirmam que essas empresas estão abusando de sua posição dominante.

Relatórios de lucros para Amazon, Apple, Facebook, Microsoft, Twitter e Alphabet, de propriedade do Google, devem ser publicados esta semana, em um momento em que seu valor combinado disparou para mais de US$ 7 trilhões.

Os resultados dos lucros trimestrais, que devem ser fortes, "destacarão a enorme força que esses gigantes da tecnologia estão vendo", mas acabarão acrescentando "mais lenha" para impulsionar a fragmentação das companhias, avaliou Dan Ives, analista da Wedbush, em nota aos investidores.

Os resultados serão divulgados em meio a um maior escrutínio em Washington sobre as plataformas de tecnologia e na sequência de um histórico processo antimonopólio contra o Google que pode levar à sua ruptura.

Enquanto isso, os republicanos do Senado votaram para citar Jack Dorsey e Mark Zuckerberg, os CEOs do Twitter e do Facebook, respectivamente, como parte de uma ofensiva contra o manuseio de conteúdo político on-line nas mídias sociais, especialmente após um episódio em que um artigo do jornal The New York Post foi rebaixado por supostamente exibir informações desfavoráveis ao democrata Joe Biden.

Os CEOs do Twitter, Facebook e Google testemunharão em um painel em separado do Senado na próxima quarta-feira sobre a chamada lei da Seção 230, que oferece proteção contra responsabilidade pelo conteúdo postado por terceiros em suas plataformas.

- Modelos de negócio questionados -Os quatro que estão especialmente na mira - Apple, Amazon, Facebook e Google - tiveram grande sucesso nos últimos anos, resistindo, inclusive, ao impacto da pandemia.

Google e Facebook dominam a publicidade on-line, enquanto a Amazon é a rainha do comércio eletrônico. A Apple foi criticada por seu controle estrito da App Store, ao mesmo tempo em que estabeleceu como objetivo principal ganhar dinheiro vendendo conteúdo digital e serviços para usuários do iPhone.

As empresas intensificaram seu lobby, gastando dezenas de milhões este ano e fazendo esforços para mostrar suas contribuições sociais como parte de sua campanha para se defender contra a regulamentação.

Provavelmente, será do interesse de curto prazo do mercado se os questionamentos sobre o conteúdo deixado e o conteúdo removido das plataformas reduzirem os gastos dos anunciantes nos aplicativos.

O impacto da covid-19 também pesa sobre essas empresas, que se beneficiaram no início da pandemia, quando as pessoas recorreram à Internet para todas as suas atividades em casa.

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