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Cuba denuncia campanha feita dos EUA contra cantores de salsa que apoiam governo

O músico Alexander Abreu, líder do grupo Havana D"Primera - Reprodução/Facebook
O músico Alexander Abreu, líder do grupo Havana D'Primera Imagem: Reprodução/Facebook

Havana (Cuba)

18/09/2020 18h10

Cuba denunciou hoje uma campanha difamatória orquestrada a partir dos Estados Unidos pelas redes sociais contra seus músicos, vários deles de estatura internacional, após um incidente que envolveu o cantor de salsa Alexander Abreu, líder do grupo Havana D'Primera.

"Esta é uma campanha articulada para desacreditar nossas personalidades (...) Isso não é novo. A novidade é usar as redes sociais como plataforma para atacar aqueles artistas que vivem em sua terra natal, cultivam sua música e se recusam para se manifestar contra seu país e seu governo", disse Alexis Triana, representante do Ministério da Cultura, em entrevista coletiva.

Nesta semana, um programa produzido em Miami (Flórida, sudeste dos Estados Unidos) e transmitido pela internet acusou Abreu de ter intercedido junto às autoridades cubanas para que seu colega Jorge Junior, da banda Los 4, reduzisse a multa que lhe foi aplicada por violar as regras impostas pela pandemia covid-19.

O programa, forte crítico do governo cubano, divulgou o número do celular de Abreu em Cuba, pedindo que ligassem para ele. Pelo Facebook, Abreu disse que recebeu mais de 1.000 mensagens, incluindo seis ameaças de morte.

"Para todos os que escrevem com tanto ódio, tenho um coração cheio de amor e música. Muitas pessoas pegaram meu telefone para me agradecer pela música e sou grato pelo amor que neutraliza as energias negativas", escreveu.

Um setor da comunidade migrante cubana radicada nos Estados Unidos, que se opõe à revolução socialista de Fidel Castro, critica músicos cubanos que se apresentam na Flórida ou em Nova York, mas que moram na ilha sem se distanciar do governo.