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Mark Wahlberg sai dos filmes de ação e desafia cultura machista em 'Good Joe Bell'

O ator Mark Wahlberg em cena do filme "Good Joe Bell" - Reprodução
O ator Mark Wahlberg em cena do filme "Good Joe Bell" Imagem: Reprodução

Los Angeles (EUA)

15/09/2020 16h28

O novo filme de Mark Wahlberg, "Good Joe Bell", lançado ontem no Festival de Cinema de Toronto, explora a cultura machista e homofóbica que ainda prevalece nos Estados Unidos, especialmente nas áreas rurais.

O filme conta a história de um pai em sua jornada pelo país para aumentar a consciência sobre os perigos trágicos do deboche homofóbico a partir da experiência de seu filho.

Baseado em uma história real, a trajetória de Joe mostra como o preconceito é passado de geração em geração e levanta a questão do que significa ser homem no mundo de hoje.

"Significa acampar, lutar? O que significa ser durão?", questionou o diretor Reinaldo Marcus Green em entrevista à AFP antes da estreia.

Wahlberg reforçou uma imagem de "macho alfa" em 2018, quando começou a compartilhar uma rotina de exercícios estafantes, que incluía levantar às 2h30 da manhã, com sessões de ginástica e crioterapia, que viralizou na internet.

Ele aplicou a mesma disciplina à preparação para "Good Joe Bell", escrita pelos roteiristas de "O Segredo de Brokeback Mountain" e que defende a masculinidade baseada na "sensibilidade, em estar aberto e aprender a amar", disse Green.

"Mark o descreveu como o papel mais importante de sua carreira", continuou Green.

"Falamos no FaceTime quase todos os dias, desde o momento em que o conheci em dezembro de 2018 ... seja no avião, na sessão de crioterapia, Mark sempre me atendeu".

Wahlberg, o caçula de nove irmãos de Boston cujos pais se divorciaram quando ele tinha 11 anos, envolveu-se com drogas e violência na adolescência. Ele cumpriu pena por agressão antes de ficar famoso como rapper, modelo, ator e produtor em Hollywood.

"Quando conheci Mark, conversamos sobre nossos pais", lembra Green. "Viemos de comunidades onde esse machismo é muito prevalente."

Green, que sonhava ser jogador de beisebol incentivado por seu pai amoroso, mas "rígido", agora dirige um filme biográfico sobre Richard Williams - o pai das lendas do tênis Serena e Venus Williams - estrelado por Will Smith.

"É uma história verdadeiramente inspiradora", disse ele. "Acho que pode realmente ajudar, pode inspirar uma geração de crianças que vêm de algumas áreas."

O festival de Toronto, o maior da América do Norte, é celebrado principalmente de forma virtual devido à pandemia e termina no domingo.