'Sabia engolir': sexo ao vivo e cadeira erótica... O que vi numa festa 18+

Passava das onze da noite quando uma fila imensa de pessoas foi liberada para entrar no Hot Thermas, inferninho localizado no centro de São Paulo, onde rolaria a edição comemorativa do Projeto Luxúria, festa fetichista que completa 19 anos em 2025.
Homens, mulheres, travestis, crossdressers, mascarados e encoleirados se reconheciam e se misturavam num dos rolês mais democráticos em que já estive. Dentro do Luxúria o único padrão é a cor preta, que domina a maioria das roupas de estética punk.
"Não é uma festa de sexo, mas tá liberado para quem quiser", explica Heitor Werneck, produtor cultural e pioneiro do Fetiche no Brasil.
Vestindo uma máscara de unicórnio com roupa de couro branca, Heitor recebe o público na escada do clube. Com quase 60 anos, o rei do fisting faz questão de tirar fotos com cada uma das pessoas que estão ali para aproveitar a festa. "Recebo todo mundo em todas as festas, as pessoas têm uma expectativa de saber como vou estar vestido", admite.
O Hot Thermas é um espaço de charmosa decadência que, juntando muitos puxadinhos, conta com duas saunas, labirinto com cabines, glory hole, cinema e muitos sofás revestidos de courino vermelho. Num desses, uma mulher estava de quatro tendo sua bunda enorme sendo chicoteada pelo namorado, um nerd cabeludo que não esboçava nenhuma reação além de morder os lábios cada vez que ela emitia um gemido alto.
No andar superior, duas mulheres se masturbavam. Quando entrei e sentei ao lado para observar, elas deram um educado "boa noite" e continuaram a diversão. Enquanto a passiva, sem calcinha, estava sentada, a ativa botou a língua para funcionar e os dedos para trabalhar.
Deixei elas curtirem o momento e decidi dar uma olhada no andar de baixo, e Heitor, que já tinha deixado a recepção, me avisou que seu show iria começar. Seria a performance do workshop que aconteceu mais cedo: um fisting ao vivo para a festa toda ver.
O que mais me impressionou nesse meio fetichista é justamente o caráter performático. Enquanto preparavam o palco para o fisting, uma moça belíssima conduzia seu macho pela coleira. Achei excitante ver aquele homem sarado, com quase 1,9 m de altura, vestido de malha arrastão até o pescoço, salto alto, saia de vinil e uma peruca chanel loira sendo levado por sua dona para pegarem uma bebida.
Guto, um rapaz magro, estava dentro de uma gaiola de ferro vestindo uma jockstrap de couro e um harness. Heitor, sem máscara, acariciava seu corpo entre as grades. Quando ele abriu a gaiola, ordenou que Guto lambesse suas bolas.
A língua de Guto nas bolas de Heitor foi capaz de despertar muitas coisas em quem estava assistindo. Conduzido até uma cadeira erótica, Guto ficou de quatro e deixou todo mundo ver seu cu fechado. Enquanto isso, Heitor lotava a mão de lubrificante para começar o fisting. Com o polegar enfiado lentamente no cu de Guto, os outros dedos de Heitor acariciavam aquele espaço entre o saco e o rabo fazendo o rapaz morder os lábios. Quando a ponta dos quatro dedos da mão enorme de Heitor se juntaram, eu já sabia o que iria acontecer.
Pouco a pouco, aquela mão foi entrando no que antes era o cu fechadinho de Guto. Heitor fazia movimentos para frente e para trás, deixando Guto de olhos revirados. Foi aí que começou a segunda parte do show.
Heitor, já de pau duro, retirou sua cueca de couro e começou a meter o pau naquela macho. Guto delirava e a plateia, sorridente, acompanhava cada estocada com um sorriso de orelha a orelha. Ao final, Heitor deu de mamar para Guto, que de joelhos, provava que não era apenas pelo cu que ele sabia engolir um pau e duas mãos. Os beijos dos dois e o término da música indicavam que o show tinha acabado e os aplausos começaram.
Na sala ao lado, um dos filmes do Brasileirinhas era apenas ilustração para o sexo que rolava nos assentos do cinema. A performance de Heitor deixou a turma animada e pelo menos três casais se chupavam. Os sozinhos não perdiam tempo e batiam punheta na esperança que alguém oferecesse ajuda, afinal, quem vai ligar para um filme quando se tem sexo ao vivo a apenas alguns centímetros de distância?
Na sala dos sofás, mais pessoas seguiam trepando discretamente enquanto a turma sadomasoquista atraia público com suas chibatadas. Em outro canto, uma domme [mulher que tem um papel dominante em um relacionamento ou atividade BDSM] se divertia pingando cera de velas azuis na bunda de uma mulher. Era um encanto de ver. A festa seguia animada e as pessoas, em um ambiente de liberdade e respeito, viviam intensamente seus fortes prazeres, estranhos para grande parte da população que, muito provavelmente, não sai do papai e mamãe.



























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