Abdelmassih está em cela individual e terá progressão de pena só em 2047

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Aos 82 anos, o ex-médico Roger Abdelmassih, condenado a 181 anos de prisão por cometer 48 estupros contra 37 pacientes entre 1995 e 2008, permanece custodiado na Penitenciária II de Tremembé, no interior paulista. Parte de estadia do criminoso é retratada em "Tremembé", série do Prime Video na qual ele é vivido por Anselmo Vasconcelos.

O que aconteceu
Atualmente, Abdelmassih mantém comportamento reservado e recebe poucas visitas. Segundo o Ministério Público de São Paulo, a progressão de regime só seria possível a partir de 2047, quando o ex-médico teria 104 anos.
Apesar de problemas de saúde e sucessivos pedidos de transferência para o regime domiciliar, a Justiça de São Paulo tem mantido o ex-especialista atrás das grades, considerando que a unidade prisional dispõe de suporte clínico adequado.
Abdelmassih, que era referência nacional em reprodução assistida antes da queda, está preso desde 2014, quando foi localizado no Paraguai pela Polícia Federal, após três anos foragido.
Em julho de 2024, ele teve um pedido negado. A defesa do ex-médico apresentou à Justiça laudos que diagnosticavam condições cardíacas graves, como miocardiopatia dilatada e hipertensão pulmonar, argumentando que o preso não teria condições de permanecer no sistema prisional.
A magistrada responsável pelo caso considerou que a penitenciária oferece atendimento regular e que não há indicação técnica para transferência. Abdelmassih cumpre a pena em uma cela individual, no setor médico da unidade.
Nascido em São João da Boa Vista, filho de imigrantes libaneses, Abdelmassih formou-se pela Unicamp e especializou-se em urologia. Trabalhou ao lado do pioneiro da fertilização in vitro no Brasil, Milton Nakamura, e ganhou notoriedade nacional a partir de 1996, quando atendeu Pelé e sua então esposa, Assíria Seixas Lemos, resultando no nascimento dos gêmeos Joshua e Celeste.
O "efeito Pelé" alavancou sua carreira. Sua clínica, localizada em São Paulo, tornou-se destino de casais de alto poder aquisitivo, entre eles, celebridades e políticos, que chegavam a pagar R$ 38 mil por ciclos de fertilização in vitro.
No entanto, por trás do sucesso, acumulavam-se relatos de procedimentos antiéticos. Exames de DNA realizados após sua prisão comprovaram que Abdelmassih implantava, sem autorização, embriões formados com material genético de terceiros em pacientes. Pelo menos três casais confirmaram, após testes, que não possuíam vínculo biológico com os filhos.
Além dos crimes sexuais, nos quais abusava de pacientes sob sedação, o Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) recebeu 14 queixas contra ele até 2007, a maioria arquivada na época por falta de provas.




























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