Na Mostra, 'Sirât' é pancadão sensorial em meio à Terceira Guerra Mundial
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"Sirât", representante da Espanha no Oscar e vencedor do prêmio do júri no Festival de Cannes, vai abrir a 49ª edição da Mostra de São Paulo.
O "road movie" acompanha um pai procurando a filha em raves em meio a uma guerra mundial.
'Sirât' significa 'caminho', e o caminho é físico, mas também metafísico, está dentro. Neste filme, estou expressando minha visão do que é a vida e de como a vida se comunica com os seres humanos. Esse caminho é cheio de curvas, é cercado de abismos, mas sempre um caminho de proteção. Óliver Laxe, diretor de "Sirât"
No filme, a travessia pelo deserto representa o "Sirât", uma ponte que liga os mundos, o céu e o inferno. "As pessoas passam por cima dessa ponte, construída sobre o inferno, de acordo com os atos dela em vida. Alguns passarão muito rápido porque foram boas pessoas, outras vão passar devagar. [...] E aí a gente vai entender o que esses personagens vão atravessar. Será que esse deserto que é essa ponte entre o céu e o inferno? Eles vão acertar as contas deles nesse deserto?", diz Flavia Guerra.
É um filme muito surpreendente, muito, porque você tem que assistir e sentir. Você tem que entrar no filme, é sensorial. [...] Não tem como sair indiferente dele. Flavia Guerra
Entre os destaques da programação da Mostra, está também o divertido cineasta romeno Radu Jude. Ele vem em dose dupla, trazendo os filmes "Kontinental '25" e "Drácula".
Em "Kontinental '25", Jude narra a história de uma oficial de justiça da maior cidade da Transilvânia que precisa despejar um sem-teto. "Ela já o conhece há muito tempo, porque já foi atrás dele muitas vezes. E aí, um acontecimento inesperado muda o rumo dessa história, muda tudo", conta Vitor Búrigo.
[Radu Jude] sempre está dialogando entre a política e o humor. Está sempre trazendo essa pitada de crítica. E esse filme tem cenas longas de diálogos, de conversas, de troca entre esses personagens. Tem cenas hilárias, muito divertidas. Vitor Búrigo
"A História do Som", estrelado por Paul Mescal e Josh O'Connor, traz o romance discreto de dois músicos americanos em 1917. "É impossível esse amor em público. Eles vivem as idas e vindas desse amor, e no meio disso tudo tem o universo da música. [...] Os dois têm uma grande paixão paralela, que é o folk, a música popular americana. Então tem uma trilha sonora linda, esse filme é muito bem cuidado."
Flavia Guerra diz, porém, que o filme é "pudico". "Eles são um casal apaixonado, louco de paixão. A gente quer ver um beijão de paixão entre eles, é bonito isso. Existem cenas lindas deles, claro, mas o filme fica muito atrás da cortina, velado, de longe, quando eles estão se beijando."
Mas eu entendo [ser pudico], porque ele também traz a atmosfera da época em que esse tipo de amor era sempre a portas fechadas. Não é à toa que isso está ali. É um filme melancólico, que traz a melancolia do que era viver um amor nessa época. Flavia Guerra
Apresentado por Flavia Guerra e Vitor Búrigo, Plano Geral é exibido às quartas-feiras, às 11h, no canal de Splash no YouTube e na home do UOL, com as principais notícias sobre cinema e streaming. Você pode ainda ouvi-lo no Spotify, Apple Podcasts e Google Podcasts.




























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