Ed Gein matou o irmão? O que é real ou ficção na série 'Monstro' da Netflix

A história de Ed Gein é o assunto da terceira temporada de "Monstro" na Netflix. Conhecido como "Açougueiro de Plainfield", ele violava túmulos e até mesmo vestia a pele de suas vítimas. Mas nem tudo que acontece na série realmente é real. Splash te conta tramas que foram criadas para a série.

Ele matou o irmão?

No primeiro episódio, Gein mata seu irmão mais velho, Henry, o que não foi comprovado na vida real. Interpretado por Hudson Oz, o personagem conta para Ed que quer se casar e deixar a casa da mãe, o que não é bem recebido por Gein, que mata o irmão com uma pancada de pedaço de madeira e ateia fogo no corpo.

Irmão de Ed, vivido por Hudson Oz
Irmão de Ed, vivido por Hudson Oz Imagem: Divulgação

Não há provas de que Gein tenha cometido o homicídio. Ele alegou que os dois estavam combatendo um incêndio florestal quando Henry morreu. Segundo o livro de Harold Schechter sobre a história de Ed, a polícia descartou crime e relatou que Henry morreu de insuficiência cardíaca após asfixia, em 1944.

O assassinato de Evelyn Hartley também foi inventado. Na série, Gein fica obcecado pela menina vivida por Addison Rae, a sequestra e a mata.

Hartley foi uma garota que realmente desapareceu em uma cidade perto da de Gein, mas nunca foram encontradas evidências que ligassem os dois. A garota sumiu em 1953, segundo o Winona Daily News. Ed se tornou o principal suspeito apenas após ser preso pelos assassinatos de Bernice Worden e Mary Hogan, em 1957.

Evelyn Hartley e Addison Rae como a personagem
Evelyn Hartley e Addison Rae como a personagem Imagem: Reprodução e Divulgação

Adeline não era sua cúmplice

Enquanto na série Adeline Watkins era cúmplice e namorada de Gein, na realidade o nível da relação deles não era claro. Após a prisão de Ed, Watkins contou ao Minneapolis Tribune que eles namoraram por 20 anos, e recusou o pedido de casamento. Mais tarde, Watkins voltou atrás e disse que o conhecia apenas como um amigo "quieto e educado".

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A real Adeline Watkins e Suzanna Son como a personagem
A real Adeline Watkins e Suzanna Son como a personagem Imagem: Reprodução

Ed não teve um relacionamento com Bernice

"Monstro" sugere que Gein teve um envolvimento romântico com sua segunda vítima de assassinato, o que não tem evidências reais. A trama retrata a morte dela como uma paixão, quando ele atira na dona da loja de ferragens. Ele admitiu ter matado a mulher e insistiu que nunca teve uma experiência sexual por conta do lar estritamente religioso em que sua mãe o criou.

Bernice Worden e Lesley Manville como a personagem
Bernice Worden e Lesley Manville como a personagem Imagem: Reprodução

Não há evidências de que Gein era necrófilo

Por conta dos objetos feitos com pele humana em sua casa, houve especulações sobre Ed praticar necrofilia e canibalismo, mas Gein negou. Após sua prisão, a polícia descobriu roupas, máscaras, móveis, um "traje feminino", órgãos sexuais e outros objetos feitos com restos mortais humanos. A série mostra ele praticando necrofilia com um cadáver, mas o ato não foi comprovado.

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Ele não se envolveu com outros serial killers

"Monstro" explora a influência de Ed sobre outros assassinos em série, entre eles o serial killer Richard Speck, que escreve cartas, mas não existe nada que indique que eles tenham se comunicado. Richard Speck aparece escrevendo cartas de fã para Gein e diz que o assassino é "quem eu queria ser, e ele é quem eu me tornei". Speck foi condenado pelo assassinato de oito estudantes de enfermagem em Chicago, em 1966, e, quando questionado sobre seus crimes, explicou ao Chicago Tribune: "Eu não sou como [John] Dillinger ou qualquer outra pessoa".

Na série, detetives visitam Gein para saber quem ele acredita estar matando jovens mulheres na década de 1970, e ele os ajuda a capturar Ted Bundy. Contudo, isso não aconteceu. Os detetives visitaram Ed para investigar o caso, mas o ex-agente de perfis do FBI, John Douglas, relembrou o caso para a Schokkend Nieuws: "Tive a oportunidade de conhecê-lo brevemente, mas Gein era tão psicótico que não foi bem uma entrevista [...] Foi muito estranho."