Conteúdo publicado há 1 mês

MC Carol chora ao desabafar sobre ataques por ser uma funkeira negra

MC Carol, 32, abriu seu coração sobre os ataques que tem recebido por ser uma mulher negra e funkeira.

O que aconteceu

A artista, que há anos luta para conquistar seu espaço em um cenário musical marcado por preconceitos, contou o quanto esses ataques afetaram sua saúde mental e sua autoestima. "Vocês não sabem o quanto é difícil ser mulher e cantar as coisas que eu canto. Vocês não têm noção das coisas que eu ouço. Desde lá de trás, desde quando eu comecei. Eu nunca tive apoio de ninguém, nunca. Nunca tive apoio de ninguém e, mesmo assim, sozinha, eu acreditei em mim, eu acreditei que ia dar em algum lugar, que eu ia conquistar minha independência".

Chorando nas redes sociais, a cantora expressou toda sua dor e a indignação que sente ao ser alvo de comentários ofensivos, que misturam racismo, machismo e preconceito contra a cultura do funk, gênero que representa suas raízes e sua identidade. "Isso aconteceu, só que, até hoje, mesmo com o funk, com o que eu canto, tendo me dado coisas que eu não ia conseguir de outra forma, mesmo eu ajudando um monte de gente, mesmo assim, meu trabalho não é visto como trabalho. É visto como diversão, safadeza".

Carol também destacou que o racismo estrutural não se limita apenas ao ambiente artístico, mas é uma realidade presente em diversas esferas da sociedade brasileira, dificultando a vida de milhões de pessoas. A MC aproveitou o momento para convocar uma reflexão sobre a importância da representatividade e do respeito, tanto dentro quanto fora dos palcos. "E não adianta o que eu faça, o que eu fale, não adianta. Eu ainda dei algumas entrevistas que eu estava entrando no mundo da atuação pra ter mais respeito, mas a mulher preta, dentro da arte, da música, da atuação, ela não tem respeito. As pessoas não sabem separar o que é a artista no palco e a pessoa".

Além disso, ela fez um apelo emocionante para que mulheres negras se unam e se apoiem, formando uma rede de força capaz de enfrentar as adversidades impostas pelo machismo e pelo racismo institucionalizado. "Precisamos nos apoiar, nos fortalecer e mostrar que somos mais fortes do que qualquer ataque."

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