Consagrado na CineOP, humor feminino demorou pra ser reconhecido

A 20ª Mostra de Cinema do Ouro Preto chegou ao fim no último dia 30 de junho, homenageando a atriz Marisa Orth, 61, por sua importância no humor do cinema nacional.

Essa foi a primeira vez que o evento incluiu uma mostra competitiva de filmes contemporâneos. Mas o destaque mesmo foi a questão do patrimônio audiovisual, a memória do cinema nacional. "Cinema brasileiro continua vivo e clama por políticas públicas", afirma Raquel Hallak, coordenadora do CineOP.

Como forma de valorizar a produção nacional, o festival apresentou clássicos como "Alô Alô Carnaval" (1936), com Carmem Miranda. "Um dos poucos filmes em que Carmem Miranda aparece sem estar de baiana. Um filme quase inédito e que tem também uma coisa de comédia feminina, que é presente no CineOP", afirma Vitor Búrigo no videocast Plano Geral desta quarta-feira.

E foi Marisa Orth a grande homenageada por sua importância no humor feminino no cinema nacional. Segundo Raquel Hallak por causa da carreira ímpar da atriz, mas também por seu humor transgressor, que vai além do óbvio. "Por ela ser muito ligada à TV e ao teatro, as pessoas, às vezes, esquecem da trajetória dela no cinema, mas ela fez muitos curtas, depois fez longas também. Marisa é uma representante de todas essas mulheres do humor", diz Búrigo.

As mulheres não são reconhecidas, em geral, como humoristas. Se você é da geração Z e está ouvindo a gente, vai falar: 'Ah, não, temos Tata Werneck, Dani Calabresa.' Mas não, gente! As meninas têm uma vontade reprimida por muito tempo de fazer humor e não tinham espaço. Tinha o que? Só Escolinha do Professor Raimundo... para um tanto de talento que a gente tinha. Flavia Guerra

Também foram exibidos no evento curtas como "A Mulher Fatal Encontra o Homem Ideal", de Carla Camurati; "A Origem dos Bebês Segundo Kiki Cavalvanti", de Anna Muylaert; e "Esconde-Esconde", de Eliana Fonseca.

Jurassic World tem 'pauleira do início ao fim'

Outro destaque deste Plano Geral foi "Jurassic World: Recomeço", que estreia hoje nas salas de cinema do Brasil. O quarto filme da franquia que explora um mundo distópico em que humanos e dinossauros convivem.

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Com Scarlett Johansson, Mahershala Ali e Jonathan Bailey, o filme conta com novos personagens interpretados por um elenco "do Olimpo", avalia Flavia Guerra. "Eles [os produtores da franquia] sempre investem em elenco bom. Quando é que imaginamos que Scarlett Johansson ia fazer um filme de dinossauros?", brinca.

O longa se passará em um novo cenário, 32 anos após o último filme, em que humanos já não se deslumbram com os dinossauros com os quais convivem. "Eles tentam manter o ingrediente de ciência, ganância humana, ética, animais maravilhosos e crianças. É um filmão para toda a família", explica Flavia, que já assistiu ao longa.

Vitor Búrigo avalia que o filme é feito para "impactar e entreter" através cenas de ação —mesmo que com alguns clichês. "É um filme feito para a juventude", acrescenta Flavia, destacando também que as tentativas de emplacar um romance no meio das ações, como ocorreu nos três filmes anteriores da franquia "Jurassic World", não deve se repetir agora.

O filme tem muitas cenas de ação. Eles entenderam que as pessoas não querem muito romance, ciência inventada. É pauleira, não para. E isso é um acerto, porque o que eles fazem de melhor são as cenas de ação. Flavia Guerra

Apresentado por Flavia Guerra e Vitor Búrigo, Plano Geral é exibido às quartas-feiras, às 11h, no canal de Splash no YouTube e na home do UOL, com as principais notícias sobre cinema e streaming. Você pode ainda ouvi-lo no Spotify, Apple Podcasts e Google Podcasts.

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