Padre de 'Guerreiros': 'Não tenho empatia com a Igreja, mas fiquei devoto'

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Em uma família de cinco filhos, apenas o caçula não seguiu o caminho do cangaço e escolheu a batina. Essa é a trajetória de Bida, personagem de Rodrigo Lelis em Guerreiros do Sol (Globoplay). Ainda jovem, ele partiu de casa rumo ao seminário e escapou das tragédias familiares que levariam seus quatro irmãos mais velhos à vida de cangaceiros.
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Construção do personagem
Em conversa com Splash, o ator baiano reflete sobre o processo de criação para construir o seminarista. "Foi um pouco difícil no começo, porque eu não tenho muita empatia com a Igreja Católica no lugar da Igreja Católica Apostólica Romana, aquela igreja que fez tanto mal, que colonizou tanto, então eu acabei indo para exemplos interessantes dentro da Igreja".
Na preparação, Rodrigo mergulhou nas histórias dos santos católicos que inspiram a fé de Bida. "Achei muito interessante a história de Santo Antônio e a de São Francisco de Assis. Me apeguei muito a essas figuras. O meu personagem é muito devoto... Acabei ficando devoto também dessas figuras. E estreamos em época de Santo Antônio e São João".
Citados por Rodrigo, os santos tiveram trajetórias marcadas por ajudar os mais pobres. Santo Antônio, conhecido como o santo casamenteiro, viveu no século XIII e dedicou sua vida à pregação e ao cuidado com os mais necessitados. Por ter boa oratória, foi proclamado Doutor da Igreja. Já São Francisco de Assis, contemporâneo de Santo Antônio, ficou marcado por sua vida simples, seu amor à natureza e sua escolha radical pela pobreza. Foi o fundador da Ordem Franciscana.
Para o ator, ir para o seminário também representava, naquele tempo e lugar, uma possibilidade de ascensão social. "Em momentos de escassez, quando você tem um lugar para ir que não seja o da pobreza ou da fome, você acaba optando por isso por não ter opção".
Ele se coloca no lugar de Bida ao falar da história do personagem. "Ele foi muito cedo para o seminário... Isso fica claro ao longo da série. Quando eu chego, eles não me veem há muito tempo. Ir cedo para o seminário é uma oportunidade, é uma forma de você se sentir mais inserido nessa sociedade tão desigual. Minha mãe me leva como se fosse a salvação para o irmão mais novo: 'Vá, meu filho'. E eu, falando como personagem, sempre fui uma figura extremamente religiosa. Acaba juntando dois coelhos com uma cajadada só".
De Caetano Veloso ao padre Bida
Natural de Brumado, no interior da Bahia, Rodrigo se mudou para Salvador, onde estudou teatro, aos 17 anos. Ele estudou na Universidade Livre do Teatro Vila Velha.
Antes de chegar à produção do Globoplay, ele pode ser visto como Caetano Veloso no filme "Meu Nome É Gal". Para fazer o ícone da música brasileira, ele passou por aulas de canto e de violão. Foi escolhido para o papel depois que a diretora do longa assisti-lo em um espetáculo teatral.
Sou de Brumado, uma cidade do interior da Bahia, mas vivo em Salvador atualmente. Recentemente, tive a oportunidade de fazer Caetano Veloso no filme sobre Gal Costa e foi um processo maravilhoso, mas eu sou originalmente um ator de teatro.
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