Fila para Drauzio e mais: último sábado da Bienal tem corredores lotados

Penúltimo dia de Bienal do Livro no Rio é marcado por corredores lotados e filas nas atrações mais disputadas. Evento termina amanhã no Riocentro, zona oeste da cidade.

O que aconteceu

Quem chegava por volta das 13h já não encontrava vaga para o debate com Drauzio Varela, às 14h. Uma longa fila se formou fora do Café Literário, espaço que comporta 170 pessoas.

O professor Vinicius Viana, 46, chegou cedo para não perder a conversa do médico com Ailton Krenak sobre humanidade e futuro. "Cheguei cedo na fila, às 12h40, mas começa 14h. Admiro como pessoa e médico. Espero que ele fale questões ligadas a saúde. Gosto do tema".

O professor Vinicius Viana, 46, em fila para ver Drauzio Varela
O professor Vinicius Viana, 46, em fila para ver Drauzio Varela Imagem: Filipe Pavão/UOL

A programação de sábado contou com nomes de uma literatura mais pop, como Raphael Montes, que esteve na programação de três mesas no mesmo dia, e Vitor Martins, que passou por duas.

A Splash, Vitor Martins, autor de "Quinze Dias" (Alt, Editora Globo), refletiu sobre o evento literário estar lotado. "Os leitores chegam com muitas expectativas, o meu papel como autor é proporcionar um momento memorável a eles. A conexão que tenho com os leitores é o bem mais precioso que tenho".

A Bienal sempre traz esse debate: se o brasileiro não lê, por que a Bienal está lotada? É prova de que o brasileiro tem fome de cultura. As pessoas estão aqui porque gostam de livros, mas não só por isso, elas querem momentos de conexão, querem ver os autores e ouvir os bate-papos. O Brasil, infelizmente, ainda é um país que coloca cultura num pedestal e limita os acessos. A gente tem muitos eventos literários que não são lotados igual à Bienal, justamente por questões de acesso. A Bienal prova que quando o acesso é garantido, quando há estrutura, o pessoal vem. Vitor Martins

Entre as mesas que chamaram atenção, duas lotaram o palco principal: uma sobre novelas — com autores Raphael Montes, Alessandra Poggi, Walcyr Carrasco e Rosane Svartman — e outra sobre ética e educação no tempo presente com o filósofo Mario Sergio Cortella. "Me senti na fila da Lady Gaga", brincou uma fã antes de fazer uma pergunta no painel de novelas.

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Ainda hoje, às 19h, o autor norte-americano G.T. Karber encerra o dia com uma experiência interativa baseada em sua série de mistérios "Murdle".

Raphael Montes, Rosane Svartman, Alessandra Poggi e Walcyr Carrasco na Bienal do Livro 2025, no Rio de Janeiro
Raphael Montes, Rosane Svartman, Alessandra Poggi e Walcyr Carrasco na Bienal do Livro 2025, no Rio de Janeiro Imagem: Belga/www.fotoarena.com.br

Encerramento

Último dia da Bienal, amanhã, será marcado por uma homenagem à Conceição Evaristo, às 19h, no palco Apoteose. Celebração será realizada por criadores de conteúdo que representam o BookTok — segundo TikTok, comunidade global já produziu 60 milhões de vídeos.

Entre as participantes estão Pétala e Isa Souza, do @afrofuturos. Inspiradas por Conceição Evaristo e outros nomes, elas acreditam no BookTok como ferramenta para aproximar jovens da literatura.

"A comunidade do @afrofuturas na internet é uma galera jovem mais velha. Pra manter nossa conexão com ela, a gente sabe que precisa falar abertamente sobre os assuntos que muitas vezes essas pessoas não têm com quem conversar. É nesse ponto que a literatura pode criar janelas e pontes pra juntar uma coletividade capaz de produzir comunidade e a gente usa isso em vídeo de diálogos abertos pra chamar mais pessoas pra perto dos livros", contam a Splash.

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Programação ainda tem o casal Gabriel Dearo e Manu Digilio, autores da série "Aventuras de Mike", no quadro Curto-Circuito, às 11h. Às 13h, o mangaká japonês Nagabe participa de um bate-papo sobre sua obra "A Menina do Outro Lado", e às 17h, a canadense Brynne Weaver, autora da trilogia "Morrendo de Amor", encerra o Palco Apoteose com uma conversa sobre os limites emocionais do dark romance.

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