Globo recorre a IA para dar emoções ao burro Policarpo em Êta Mundo Melhor

Um dos personagens centrais de "Êta Mundo Melhor", o burro Policarpo, vai ser ajudado por inteligência artificial em algumas cenas da próxima novela das 6 da Globo.

Como vai ser

Segundo a emissora, a tecnologia permitirá que o animal transmita emoções e ações realistas. A IA também será utilizada para animar outros animais ao longo da trama. Globo quer ganhar tempo em relação a métodos tradicionais de produção e pós-produção

A tecnologia também será usada para recriar São Paulo das décadas de 40 e 50. Isso permite transformar imagens estáticas da época em cenas de vídeo, com movimentos de câmera e elementos como pessoas e veículos em deslocamento, unindo elementos reais e fictícios de forma fluida.

Diretor de pós-produção, Fernando Alonso explica que a IA foi uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento da novela. "Trouxe inovação e eficiência para o processo e potencializando o trabalho dos nossos criativos. Graças a ela, conseguimos criar efeitos e personagens que seriam desafiadores de realizar dentro de nossos prazos e recursos tradicionais. O Policarpo é um exemplo: um burrinho que, através dessa capacidade, transcendeu o realismo para se tornar um personagem com expressões humanizadas e um carisma único, aproximando-se do público. A ferramenta nos permitiu ainda uma viagem realista a São Paulo do passado, revitalizando de forma massiva registros históricos da cidade com realismo e dinamismo".

O outro lado

Em contraste ao uso da IA, a emissora afirma que realizou uma pesquisa detalhada de objetos e costumes da época. Entre os destaques, está o núcleo do orfanato. "Estamos criando situações para as crianças, trazendo as referências importantes da época. Minha pesquisa vai de artistas daquele tempo a revistas que compramos em feiras de antiguidade, no Rio e em São Paulo", afirma o produtor de arte Luiz Pereira.

Para montar as mesas fartas diante dos personagens, a produção de arte correu atrás do que se comia naquela época. "A comida paulista é muito parecida com a mineira, tem galinhada, muita coisa com milho, porco, carnes. Antigamente não tinha muita geladeira, guardava-se tudo em banha e fazia-se muitos ensopados. Na casa do Candinho, fazemos um pouco mais sofisticado porque ele tem uma funcionária, então tem uma comida um pouco mais rica. Na Cunegundes (Elizabeth Savala), vou botar sempre sopa, uma canja, um ensopado. Na pensão, terá arroz, um cuscuz e um frango para o almoço, e à noite sopa, tipo um minestrone ou uma canja", completa Pereira.

No decorrer da trama, a fábrica de sabonetes sai de cena e entra uma fábrica de biscoitos. O serviço para compor a arte dos produtos do estabelecimento, como as embalagens, foi encomendado à equipe de design dos Estúdios Globo, assim como as formas do biscoito. "Fizemos várias caixas com todo um estudo, pois na época não tinha foto nas embalagens, era uma pintura, uma ilustração. O resultado ficou lindo".

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.