Hospital confirma causa da morte do ator Francisco Cuoco
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O Hospital Israelita Albert Einstein confirmou, na noite de hoje, o horário e a causa da morte do ator Francisco Cuoco, de 92 anos.
O que aconteceu
Em nota enviada para Splash, o hospital informa que Cuoco morreu em decorrência de falência múltipla dos órgãos. O artista foi ao óbito às 14h54 (de Brasília) desta quinta-feira (19).
O artista estava internado no Hospital Albert Einstein, na zona sul de São Paulo, há cerca de 20 dias.
É com pesar e consternação que a família comunica o falecimento do ator Francisco Cuoco. Ele estava com a família e partiu de forma tranquila e serena. Agradecemos todas as mensagens de pesar e manifestações de carinho. Marcus Montenegro, assessor de imprensa do artista
O velório será amanhã, das 7h às 15h, no Funeral Home, em São Paulo.
Ícone da teledramaturgia brasileira
Francisco Cuoco, nasceu em São Paulo em 29 de novembro de 1933, construiu uma das carreiras mais bem-sucedidas da televisão brasileira. Ele tinha mais de 50 anos de carreira, com trabalhos na TV, cinema e teatro.
Aos 20 anos, Cuoco trocou o curso de direito pela Escola de Arte Dramática de São Paulo. Quatro anos depois de formado, integrou o Teatro Brasileiro de Comédia, onde aprendeu a importância da humildade na profissão, concordando que "não existem pequenos papéis, existem pequenos atores".

Em 1959, ingressou no Teatro dos Sete, ao lado de nomes como Fernanda Montenegro e Sérgio Britto. Paralelamente aos palcos, deu os primeiros passos na televisão, um veículo que o tornaria um ícone.
Atuou no elenco do "Grande Teatro Tupi", interpretando peças completas ao vivo, o que proporcionou um aprendizado incrível devido à necessidade de improviso. As primeiras novelas foram "Marcados Pelo Amor" (1964), na TV Record, e "Redenção" (1966), na Excelsior, que consolidou sua carreira. Em "Legião dos Esquecidos" (1968), ele formou o primeiro de muitos pares românticos com a atriz Regina Duarte.
Globo, cinema e teatro

Chegada à Globo ocorreu em 1970, com a interpretação do padre Vitor em "Assim na Terra Como no Céu". Naquele mesmo ano, um fato inusitado o fez aparecer simultaneamente na Globo e na TV Tupi, que exibia "Sangue do Meu Sangue" (1969).
Trajetória de Cuoco na emissora foi marcada por protagonistas que a novelista Janete Clair escreveu especialmente para ele. Um dos primeiros e mais notáveis foi o ambicioso Cristiano Vilhena, noivo de Simone Marques (Regina Duarte), em "Selva de Pedra" (1972).
Após interpretar o jornalista Alex em "O Semideus" (1973) e o aviador Mário Barroso em "Cuca Legal" (1975), Cuoco viveu o carismático taxista Carlão em "Pecado Capital" (1975), também de Janete Clair. Carlão, um personagem de grande generosidade, disputava o amor de Lucinha (Betty Faria) com Salviano Lisboa (Lima Duarte). Curiosamente, no remake de "Pecado Capital" em 1998, Cuoco assumiu o papel de Salviano.

Outro papel inesquecível foi o vidente Herculano Quintanilha na primeira versão de "O Astro" (1977). Apesar de "pilantra total", Herculano possuía momentos de transcendência, sabendo coisas que eram verdadeiras e envolvendo a família Hayala. Em 2011, na segunda versão de "O Astro", Cuoco fez uma participação como Ferragus, o ilusionista que ensina a arte a Herculano (Rodrigo Lombardi) na cadeia.
Ele esteve em outras tramas de Janete Clair, como "Sétimo Sentido" (1982), novamente ao lado de Regina Duarte, e "Eu Prometo" (1983). Ele também participou de outras produções, a exemplo de "O Salvador da Pátria", "Obrigado, Doutor" e "Memórias de um Sargento de Milícias".
Cuoco reduziu presença nas novelas a partir de 1999, quando começou um "namoro" com a sétima arte. Ele atuou em alguns filmes, a exemplo de "Traição", "Gêmeas", "Um Anjo Trapalhão", "Cafundó" e "A Partilha". Volta ao teatro aconteceu em 2005, após duas décadas dedicadas à televisão. Ele participou da peça "Três Homens Baixos".

Após um período dedicado ao cinema, Cuoco retornou às novelas como Olavo da Silva em "Passione" (2010). Teve participações especiais em "Doce de Mãe, "A Grande Família", e "Boogie Oogie" em 2014.
Em "Sol Nascente" (2016), interpretou Gaetano De Angeli, fazendo par romântico com Aracy Balabanian. Posteriormente, em "Segundo Sol" (2018), viveu Nestor Maranhão, pai da vilã Laureta. Suas participações recentes incluem "Pega Pega" (2018) e "Salve-se Quem Puder" (2020).
Sei que não foi à toa. Foi baseado em empenho, em entrega, em busca de igualdade. Passaram-se anos e experiências foram acumuladas. Eu perdia tempo, mas depois obtinha resultado. Francisco Cuoco, em entrevista recente ao jornal Folha de S.Paulo
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