'Sou realizada': por que 'garota mídia' do Clodovil trocou TV pela docência

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Joana Matushita, 47, fez sucesso na televisão há duas décadas no extinto A Casa É Sua (RedeTV!). Em quase quatro anos de programa, a jornalista transitou das funções de repórter para "garota mídia" e ficou como apresentadora até o fim da atração em 2006. Hoje, ela trabalha no Senac São Paulo como docente de telejornalismo e se prepara para ingressar no universo da pedagogia.
Sou realizada na vida. Eu desejava o trabalho em televisão como repórter e, graças a Deus, me sinto realizada nesse sentido. O trabalho como apresentadora, de fato, não era esperado, nunca busquei, mas considero, sim, um presente e foi muito desafiador. Nunca pensei em ser professora, mas foi um presente na minha vida. Agora, terminei pedagogia e sou feliz com tudo que vivi! Joana Matushita, em entrevista exclusiva para Splash
"Jornalismo por acaso"
Natural de São Paulo, Joana Matushita tinha o desejo de cursar teatro na adolescência. Ela, no entanto, teve a ideia demovida em virtude da negativa de seu pai e 'por acaso' se encantou pelo jornalismo. "Ele falou: 'sempre quis ser jogador de futebol, mas nessa vida não dá para gente ser tudo o que quer. Você tem que procurar uma profissão que seja mais rentável'. Coisas de pai".
Ao longo da faculdade, a paixão pelo vídeo cresceu, o que a levou a começar a carreira na TV na Rede Gospel. Segundo Joana, tudo aconteceu muito rápido. Ainda estagiária, ela foi chamada pela editora-chefe e convidada para substituir um repórter recém-demitida. Uma oportunidade que abriu as portas da RedeTV!, onde trabalhou no TV Fama e no extinto Repórter Cidadão.

A gente tem que ser meio carudo para fazer reportagem com famosos, tem que ser cara de pau mesmo, e eu ficava desconfortável. Mas o Repórter Cidadão, do Marcelo Rezende, foi o período mais difícil como repórter. Cobri Suzane von Richthofen, Jorge Farah e casos de grande repercussão policial. O Marcelo cobrava diretamente de nós e queria entrevista com a viúva, por exemplo. Falei: 'não, isso não serve para mim'. Voltava chorando para casa.
Foi assim que Joana Matushita chegou a A Casa É Sua, em 2002, onde começou sua parceria com Clodovil (1937-2009). "O Clodovil gostou do meu trabalho, começou a render e dava audiência a nossa interação. Ele costumava dizer que eu era a filha japonesa dele. Ele gostava de mim e tinha afeição pela minha pessoa, para a minha sorte. Fui feliz trabalhando com ele."

Não sei se lidei bem com a fama. Às vezes, ficava um pouco, devo confessar, incomodada com os olhares nas ruas. Se as pessoas me abordavam, eu achava ótimo, maravilhoso, mas me incomodava um pouco aquelas pessoas que ficavam te olhando e cochichando. Talvez até pela imaturidade porque só tinha 25 anos, mas me incomodava as pessoas olharem e cochicharem.
Com a demissão de Clodovil, cerca de 1 ano e meio depois de parceria, Joana dividiu o palco com várias personalidades até a RedeTV! encerrar o programa em 2006. Houve ainda uma breve passagem pelo TV Fama, mas a relação desgastada a fez deixar a RedeTV!. Passou por outras TVs e grupos de comunicação, mas a grande guinada aconteceu em 2015, quando ela foi chamada para dar aulas de telejornalismo.
"Nunca imaginei ser professora"
Foi presente do universo. Me encontrei na docência também, é muito legal, porque a troca, de novo, essa interação que a gente tem com os estudantes, essa capacidade de transmitir informação, conhecimento e receber também, é muito gratificante. Estou dando aula já tem 12 anos no Senac.
Além da formação em jornalismo, Joana fez especialização em economia e, agora, acaba de concluir a graduação em pedagogia. "Fiz um mestrado em educação profissional por conta da área da educação e, recentemente, terminei a faculdade de pedagogia. Eu sempre penso no próximo curso que eu vou fazer, sabe? Já estou fazendo o curso de Libras."
Ela não esconde que sente saudades dos tempos de televisão, mas está realizada na docência. "Eu sinto bastante. Às vezes, fazemos algumas visitas técnicas às emissoras e reviver aquilo, mesmo de outra forma, é muito legal, dá aquela saudade. Mas a vida é feita de escolhas, não dá para ter tudo. Cada escolha é uma renúncia.
Você escolhe aqui e abre mão de outras coisas. Não descarto uma volta, mas não sei Tipo, me deixa quietinha aqui no meu canto, que eu acho que se eu procurar, eu posso achar.

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