Ernesto Paglia nega 'glamour' em vida de correspondente: 'Ganha até menos'
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Ernesto Paglia afirmou que, ao contrário do que a maioria das pessoas supõem, a vida de uma corresponder internacional não é "glamourosa". Durante participação no Alt Tabet, do Canal UOL, o jornalista contou que profissionais enviados para outros países chegam a ganhar até menos do que no seu local de origem.
Paglia contou que o salário de um correspondente internacional é adequado à realidade do país para onde o repórter é enviado. "Normalmente o correspondente ganha até menos porque você vai para esses lugares e não é que você eleva seu salário, você vai pelo salário do lugar, que é adequado à realidade daquele local".
Ele citou como exemplo sua primeira experiência como correspondente da Globo em Londres, na Inglaterra, na década de 1980. "No primeiro ano [em que fui enviado para outro país], em 1986, cheguei à Londres com minha família e eu ganhava um salário normal do escritório da Globo, e eu recebia em dólar, mas gastava em libra esterlina [moeda mais cara que a norte-americana]", explicou Ernesto, que afirma ter sofrido com dificuldades financeiras até conseguir um aumento de salário.
Paglia explica demissão da Globo: 'Não foi minha escolha sair'
Jornalista estava há 43 anos como contratado da Globo e tinha um salário alto. "Eu consegui chegar ao final da minha carreira na Globo com um salário muito bom, o que foi minha alegria por muito tempo, mas o motivo pelo qual tive que sair. Tranquilo, sem problemas, sem mágoas. Não foi minha escolha sair, mas é um novo momento da empresa, de um modelo de negócios diferente".
Ele negou mágoas e destacou que deixou a empresa de forma amigável. "Saí da Globo há dois anos deixando as portas abertas. Não tenho problema nenhum com a Globo, nem a emissora comigo, a não ser aritmético, foi o que foi me dito. Hoje o público vai ao streaming e determina o que quer ver. Isso muda o modelo de negócio, mudou o faturamento. É um negócio e tem que ser ajustado para não morrer".
'Galvão me salvou de dificuldade financeira em Londres'
Paglia contou que na época estava iniciando carreira como correspondente da Globo em Londres e não dinheiro nem para pagar a creche do filho. "Apareceu o Galvão Bueno, que estava lá, passeando pela Europa, atrás dos campeonatos de Fórmula 1, fomos comer juntos em um restaurante ao lado do escritório da Globo, contei a história para ele, chorei as pitangas".
Jornalista disse que Galvão o aconselhou a pedir aumento à direção da Globo, mas foi o próprio narrador que falou diretamente com a então responsável pelo jornalismo da emissora. "Ele perguntou: 'mas você não falou com a direção [de jornalismo da Globo]?' Eu falei: 'mandei umas mensagens'... Na época não tinha nem e-mail, era carta por malote ou telex, que era uma coisa aberta e todo mundo lia... Era difícil, um assunto desagradável, mas o Galvão falou 'deixa comigo'. E ele voltou ao Brasil e resolveu a questão. O Galvão Bueno me salvou, sou grato até hoje. O Galvão, que é uma figura polêmica, nem todo mundo fala bem dele, mas eu falo".
Alt Tabet
Toda quarta, Antonio Tabet conversa com personagens importantes da política, esporte e entretenimento. Os episódios completos ficam disponíveis no Canal UOL e no Youtube do UOL. Assista à entrevista completa com Murilo Benício:
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