Caçada, morte e assalto milionário: crimes reais inspiram série da Netflix

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A 2ª temporada de "DNA do Crime", disponibilizada esta semana na Netflix, conta com algumas cenas inspiradas em crimes reais. Ao menos três dessas ações de bandidos são bastante conhecidas, e Splash conta quais são elas.
Temos consultores, tanto policiais quanto ex-criminosos —pessoas do universo que a gente retrata. O nosso cuidado está em não expor ninguém, em primeiro lugar, porque não é o nosso papel. A outra coisa é ser o mais verossímil possível aos códigos daquele universo que a gente está retratando. Manoel Rangel, produtor executivo, em entrevista a Splash

1ª episódio: 'Dia de jogo'

O primeiro episódio mostra um túnel inspirado no assalto ao Banco Central, mas sem trazer histórias reais do roubo para o roteiro. O capítulo aborda o embate entre a equipe de Suellen (Maeve Jinkings) e a Quadrilha Fantasma, que tem planos para assaltar um banco.
Como foi o assalto ao Banco Central
A sede do Banco Central em Fortaleza, no Ceará, foi palco do que é considerado o maior furto a banco na história recente do Brasil, em 2005. Os criminosos invadiram a caixa-forte por meio de um túnel de aproximadamente 80 metros escavado a partir de uma casa na vizinhança.

Para esconder a operação, a casa foi reformada e as escavações ocorreram sob a fachada de uma empresa de gramas —justificando a movimentação de terra. O túnel era revestido de madeira e lona plástica, com sistemas de iluminação e ventilação.
Após atravessar o túnel, os ladrões ainda perfuraram o piso da caixa-forte, que tinha 1,1 metro de espessura. A ação resultou no roubo de R$ 164,8 milhões em cédulas de R$ 50, totalizando cerca de 3,5 toneladas de dinheiro. A audácia e o método cinematográfico do assalto inspiraram um filme em 2011.
4º episódio: 'Reféns'

Quarto episódio traz referência mais direta a um mega-assalto ocorrido na cidade em Araçatuba, no interior paulista. As informações que direcionaram o capítulo foram retiradas de leituras sobre o caso, conversas com consultores e do documentário "Cidade Dominada", produzido pelo UOL.
Como foi noite de terror em Araçatuba

Araçatuba, no interior de São Paulo, viveu momentos de pânico em agosto de 2021, durante um ataque orquestrado por um grupo fortemente armado. Utilizando fuzis e adotando a modalidade de "domínio de cidade", os criminosos explodiram caixas eletrônicos.
Na fuga, eles usaram reféns como escudos humanos, espalhando explosivos pelas ruas e incendiando veículos para isolar a área. Drones também foram empregados para monitorar a ação.
As consequências foram trágicas: três pessoas morreram e cinco ficaram feridas, incluindo um jovem que teve os pés amputados. A polícia registrou explosivos deixados em pelo menos 14 pontos da cidade, um dos quais detonou ao ser tocado por um homem de 25 anos.
8º episódio: 'Fronteira dominada'

Episódio 8 tem sutil inspiração no mega-assalto seguido de caçada que aconteceu em Confresa, no Mato Grosso. A perseguição no roteiro conta com mecânicas distintas, se passa em outro estado e é bem mais curta.
Como foi caçada de Confresa

Em 9 de abril de 2023, um domingo de Páscoa, um grupo criminoso tentou invadir uma empresa de transporte de valores em Confresa, no Mato Grosso. Após a tentativa de assalto no estilo "domínio de cidades", o grupo fugiu para o estado do Tocantins.
A fuga desencadeou a Operação Canguçu, uma caçada que durou 39 dias em território tocantinense. As buscas pelos suspeitos ocorreram em diversas regiões, incluindo matas, rios, rodovias e dentro de cidades no oeste do estado.
Ao final dos diversos confrontos entre policiais e criminosos, o saldo foi de 18 fugitivos mortos e cinco presos.
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