'Lampião': O que esperar de doc sobre cangaço feito ao longo de 19 anos

O documentário "Lampião, Governador do Sertão" chega aos cinemas brasileiros amanhã com entrevistas e curiosidades acerca do líder do movimento cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião.

Wolney Oliveira, o diretor do longa, revisita o tema do cangaço 14 anos após lançar "Os Últimos Cangaceiros", que conta a história de vida do casal de Durvinha e Moreno, ex-integrantes do grupo de Lampião. "O novo filme resgata a história de Lampião, Maria Bonita e seu grupo, bem como histórias do cangaço", explica. "Tive a sorte de contar com grandes entrevistados, como Ariano Suassuna, J. Borges, Espedito Seleiro e tantos outros".

A biografia mergulha na complexidade do personagem, seu legado, lendas e polêmicas, segundo o jornalista Vitor Búrigo. "Não é só um 'é bandido ou herói?'", afirma ele no Plano Geral desta quarta-feira. "Conta toda essa trajetória, com uma contextualização do cangaço e com outros cangaceiros".

Lampião e Maria Bonita com o bando
Lampião e Maria Bonita com o bando Imagem: Benjamin Abrahão

O filme, que começou a ser desenvolvido em 2005, só foi concluído no ano passado, 2024. "Foram anos coletando entrevistas", diz Búrigo. "É um passeio histórico por muitos acontecimentos da vida do Lampião (...) e com imagens emblemáticas".

Na avaliação da jornalista Flávia Guerra, este é um filme que ensina os brasileiros sobre sua própria história. "Ao mesmo tempo, é um filme divertido, gostoso, de causos e muita imagem de arquivo", diz. "É um filme que tem que ser visto por todos, da escola aos cinemas".

Wolney destaca ainda que o tema é um dos mais relevantes para a cultura nacional. "O tema cangaço é o tema mais abordado no cinema brasileiro —existem mais de 60 filmes de ficção sobre o cangaço", diz ele, que completa: "Mas esse é o primeiro documentário [sobre o tema]".

'O audiovisual brasileiro é nossa ponta de lança'

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Em um ano cheio de vitórias para o cinema brasileiro, com direito a Oscar e Globo de Ouro, o Festival de Cannes escolhei o Brasil como País de Honra da edição. Com isso, muitos artistas e personalidades importantes do audiovisual brasileiro marcaram presença no evento da semana passada.

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, marcou presença e destacou o "momento muito especial e de visibilidade para o Brasil". "É a primeira vez que houve um volume tão grande de produtores e artistas —temos mais de 400 brasileiros aqui. Com isso, a própria produção brasileira tende a um amadurecimento, porque tudo conquistado até agora vem de uma marcha de muita luta. É um ressignificado, uma porta aberta, e estamos maduros para passar por ela".

Agora, o Brasil entra em um campo de competição no cinema, passando por ainda mais exigências —mas, segundo Margareth, o país dará conta do que virá pela frente. "Há uma responsabilidade de entrega. Da parte do Ministério da Cultura, buscamos ampliar cada vez mais investimentos e organizar as regulações internas", afirma.

Delegação do Brasil (com ministra Margareth Menezes ao centro) no Festival de Cannes 2025
Delegação do Brasil (com ministra Margareth Menezes ao centro) no Festival de Cannes 2025 Imagem: Divulgação

Segundo a ministra, o departamento só não avançou mais devido a retrocessos na área nos últimos anos. "Quando chegamos ao ministério, pegamos a desconstrução de tudo o que tinha sido avançado, então perdemos muito tempo com isso; e não houve continuidade nas articulações para regulações", diz. "Temos agora um marco regulatório, e a regulação é a maneira de analisar os projetos adequados ao setor cultural".

Em vários aspectos, podemos dizer que estamos avançando. Há muita coisa para fazer, mas o audiovisual brasileiro é a nossa ponta de lança nesse momento; a gente tem que apostar nele. É um mercado maravilhoso, potente, que gera emprego, renda e movimenta a economia. Margareth Menezes

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Apresentado por Flavia Guerra e Vitor Búrigo, Plano Geral é exibido às quartas-feiras, às 11h, no canal de Splash no YouTube e na home do UOL, com as principais notícias sobre cinema e streaming. Você pode ainda ouvi-lo no Spotify, Apple Podcasts e Google Podcasts.

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