CCXP México vai superar a brasileira? Proximidade dos EUA ajuda crescimento

A segunda edição da CCXP México aconteceu entre 30 de maio e 1º de junho, na Cidade do México. E, apesar de ser nova em comparação à versão brasileira do evento, que acontece há 11 anos, ela levantou uma dúvida: seria a CCXP México capaz de superar a CCXP brasileira?

Uma coisa é fato: o evento atraiu grandes nomes do entretenimento e os maiores estúdios. O painel de "Quarteto Fantástico: Primeiros Passos", por exemplo, contou com quatro protagonistas do filme, entre eles Pedro Pascal. Já o também aguardado "Jurassic World: Recomeço" teve a presença de Scarlett Johansson.

Apesar disso, executivos responsáveis pelos dois eventos não acreditam que a versão mexicana possa superar a brasileira no momento —nem que elas possam dividir o mercado. "É justamente o contrário, estamos unindo o continente. A intenção é unir o continente latino-americano", diz Fabio Reis, diretor da CCXP México.

Splash reuniu os pontos fortes de cada um dos eventos, segundo os executivos responsáveis por eles.

Localização privilegiada

Uma vantagem, com certeza, o México tem em relação ao Brasil: a proximidade dos Estados Unidos. Enquanto trazer um famoso para terras brasileiras envolve dias da agenda do talento, para levá-lo ao México é muito mais fácil.

O México está a três horas de voo de Los Angeles e a duas horas de San Diego. Então, é possível um talento vir de manhã, fazer o painel, participar do evento e voltar à noite e jantar em casa com a família, ou voltar para a gravação.
Beto Fabri, VP de conteúdos da CCXP, em entrevista a Splash

Além da localização, a questão de infraestrutura e logística também é destacada pelo executivo. Segundo ele, a Cidade do México é mais preparada para receber esse tipo de evento. Do ponto de vista de infraestrutura, do ponto de vista de logística, apesar de ter um trânsito terrível. "Aqui, solicitamos batedor da polícia devido ao trânsito... por um talento, a gente tem batedor. A quantidade de hotéis e hotéis bons que tem aqui é um negócio absurdo."

A proximidade cultural entre México e EUA também é um facilitador. "70%, 80% do nosso conteúdo é americano, e o americano tem mais familiaridade com a cultura e as coisas do México. Mas a grande verdade é o México ser quase como um Estado dos Estados Unidos", explica Fabri. "No Brasil, parece que eles estão indo para um lugar desconhecido. Aqui, não. Aqui, a grande maioria dos talentos já tem seus hotéis favoritos."

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'Gen V' teve painel especial de Prime Video
'Gen V' teve painel especial de Prime Video Imagem: Divulgação/ CCXP

Grande salto

Seja pela logística ou não, a CCXP México quase dobrou o número de expositores em seu segundo ano. Segundo a organização, o número saltou de 73 marcas em 2024 para mais de 105 em 2025. "Tem marca que quer fechar conosco exclusividade na América Latina, para trabalhar junto, fazer colaborações", disse. "Se perdemos uma janela porque um lançamento não consegue vir para cá, vai para o Brasil —e vice-versa."

Já em relação ao público, a segunda edição da CCXP México contou com 71.236 pessoas, segundo a organização do evento, considerando quatro dias. Os ingressos Epic —com direito a entrada em todos os dias— e os de sábado esgotaram. Já no Brasil, o número de público mais que dobra: só em 2024, o evento bateu recorde e chegou a 287 mil.

Fernando Bonilla é Jerónimo Ponce II, o Michael Scott da versão mexicana de 'The Office'
Fernando Bonilla é Jerónimo Ponce II, o Michael Scott da versão mexicana de 'The Office' Imagem: Divulgação/ Prime Video

Com isso, é claro que as filas da versão mexicana são muito menores, mesmo em estandes muito procurados, como os da Disney e do Prime Video. Em ambos, os produtores chegavam até mesmo a chamar o público para entrar nas filas. Quanto às compras, as lojas do México estavam com uma circulação regular, com filas de no máximo 10 minutos para pagar. Até mesmo para adquirir o fenômeno Labubu, as filas eram modestas.

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A paixão dos brasileiros também se sobressai. Se no palco Thunder, no Brasil, é gritaria e pessoas de pé, demonstrando a todo o instante o amor do público pelos famosos e conteúdos, no México é mais contido. Há gritos, mas nada que surpreenda os talentos como acontece anualmente no Brasil.

Apenas quando Pedro Pascal subiu ao palco para falar sobre o novo "Quarteto Fantástico" que os fãs reagiram animados, mas nada em comparação a Norman Reedus em 2024, quando apresentou "Bailarina" no painel de Paris Filmes e mal conseguia falar por sempre interrompido a todo o tempo por gritos.

Norman Reedus é recebido por fãs em hotel de São Paulo
Norman Reedus é recebido por fãs em hotel de São Paulo Imagem: Araujo Agnews

Vai superar?

A estratégia da CCXP dos dois países é aproveitar as temporadas de verão em ambos os hemisférios, não havendo "primeiro" ou "segundo" entre as edições, mas, sim, uma união estratégica.. "Estamos no verão do hemisfério Norte e no verão do hemisfério Sul. Temos duas janelas de lançamento muito tradicionais, principalmente para cinema", explicou Beto Fabri, vice-presidente de conteúdo da CCXP.

Não é um evento brasileiro que veio para o México, é um evento mexicano, para o público mexicano, para o público latino, para o público que fala espanhol, com tanto respeito e carinho quanto a gente faz no Brasil. São dois eventos, e não vai ter primeiro e segundo, vai ter união. E a relação com os estúdios e todos os stakeholders do mercado é liderada desse jeito.

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O público da CCXP se amontoou no sábado para acompanhar o elenco de 'Dexter: Pecado Original' no Palco Omelete, no Brasil
O público da CCXP se amontoou no sábado para acompanhar o elenco de 'Dexter: Pecado Original' no Palco Omelete, no Brasil Imagem: Divulgação/CCXP

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