OPINIÃO
Líder no SBT, Chaves continua sem substitutos à altura no Brasil
Chico Barney
20/05/2025 14h21
É impressionante que em todas essas décadas figurando como uma audiência relevante no SBT e um fenômeno cultural avassalador, o seriado do Chaves nunca se tornou um grande benchmark para as produtoras de conteúdo audiovisual nacionais.
Após anos fora do ar por questões de direitos envolvendo os herdeiros de Roberto Bolaños e a Televisa, o programa segue festejado desde que voltou ao ar, como se nunca tivesse ficado de fora — eventualmente, chega a ser a maior audiência da emissora no dia.
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Acompanhamos ao longo dos anos uma preocupação imparável das emissoras em replicar a estética de filmes e séries de Hollywood, às vezes até comprando direitos de conceitos internacionais para adaptar com atores locais.
Mas nunca pudemos observar uma caça ao verdadeiro tesouro: a construção de uma propriedade intelectual tão popular quanto a turma do Chespirito, que fosse replicável em diferentes mídias e com a possibilidade de uma existência também longeva, seja por meio de episódios inéditos ou reprises.
Quando o SBT decide reprisar uma novela, por exemplo, precisa se comprometer com o pacote completo, por meses a fio. Com séries de humor popular, a dinâmica é bem diferente, mais simples. A curadoria de diferentes fases, incluindo episódios raramente exibidos anteriormente, continua comovendo os entusiastas nas redes.
Eis que estamos na metade de 2025 e Chaves foi a melhor audiência do SBT na última segunda, bem na faixa noturna, em que deixará de ser exibido para dar espaço à nova programação da emissora. Se o sucessor vai ser capaz de manter os bons índices, são outros quinhentos.
Mas a pergunta que fica é a seguinte: por qual motivo Chaves segue sem um substituto à altura depois de tanto tempo? Era para ter uma fila de produções locais almejando esse espaço.
Voltamos a qualquer momento com novas informações.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL