Sem mágoas: Karla Sofía Gascón responde se está 'bem' com Brasil
Ler resumo da notícia
Karla Sofía Gascón respondeu na última semana sobre sua relação com o Brasil após as polêmicas pré-Oscar.
"Emília Perez", filme o qual protagonizou, foi o principal concorrente de "Ainda Estou Aqui" na disputa de Melhor Atriz e Melhor Filme Internacional do Oscar deste ano, mas acabou não vencendo após tuítes da atriz virem à tona expondo ofensas ao Islã e ao movimento antirracista.
Em entrevista à Flavia Guerra, do Plano Geral, Karla disse que "está bem" com o Brasil e até pensa em trabalhar em produções brasileiras. A atriz esteve nos Prêmios Platino, em Madri, e entregou a estatueta de melhor direção a Walter Salles por "Ainda Estou Aqui".
Por que eu havia de não estar bem com Brasil? Eu adoro a Fernanda Tores, e 'Ainda Estou Aqui' é um filme que gostei muito (...) Um beijo para todo o Brasil, amo muito vocês Karla Sofía Gascón
Karla Sofía revelou que até já conheceu Maurício de Sousa e sua família durante uma viagem em Milão. "Quando fui ao Brasil, me senti tão querida e tão amada por todos. Me encantam. Tomara que eu possa trabalhar com alguns projetos, só tenho que apreender um pouquinho de português. Quando fui, haviam coisas que queríamos fazer juntos", afirmou.
Vitor Búrigo afirma que a atriz "quase gerou um climão", mas conseguiu contornar a situação. "Todos os brasileiros que estavam lá indicados disseram que ela é uma querida", pontuou Flavia Guerra no Plano Geral desta quarta-feira. "Parece que ela está querendo ressignificar essa carreira e falar de coisas positivas".
'Cinema comercial brasileiro é bom, mas falta apoio aos filmes independentes'
Rodrigo Teixeira, produtor brasileiro premiado que coleciona uma série de produções internacionais, acredita que falta rede de apoio ao mercado latino-americano de cinema.
Nos Prêmios Platino, o produtor de "Ainda Estou Aqui" explicou que está trabalhando em um filme em Pelotas (RS) com financiamento 100% brasileiro, mas de bandeira argentina. "Estou apoiando, porque ele não vai conseguir ser feito (...) Por que não esperar que eles façam o contrario; apoiem um filme meu num momento em que eu precisar? Eu sei que isso é possível e acho que temos que fazer esses intercâmbios", explica em entrevista ao Plano Geral.
Essa troca é superimportante. A agente tem que se fortalecer, atuar em bloco. Faço filmes fora [do Brasil], mas garanto que a emoção e o prazer é muito maior quando o filme é daqui Rodrigo Teixeira
Rodrigo, que também esteve na produção de "Me chame Pelo Seu Nome", "A Vida Invisível" e "The Lighthouse", afirmou que batalha para que o cinema nacional se desenvolva e, cada vez mais, esteja presente em premiações internacionais. "Vou batalhar para que o cinema brasileiro, enquanto eu puder, vá para a frente", diz.
Ele ainda cita a leva de filmes que tem ganho destaque no mercado, como "O Agente Secreto", de Kleber Mendonça, que foi selecionado para disputar a Palma de Ouro no Festival de Cannes deste ano. "O cinema brasileiro, quando tem um reconhecimento internacional, é uma luz para que o público nos reconheça. A gente faz um cinema comercial bom no Brasil, que talvez não tenha reconhecimento internacional. Mas para os filmes independentes, que tem outra pretensão, se tiverem esse farol internacional, ajudam a gente a mostrar para o público que fazemos coisas de excelência".
Vencedores do Curta Cinema estarão no Oscar 2026?
"Moti" (André Okuma) e "Green Gray Black Brown" (Yuyan Wang) não só foram escolhidos como os grandes vencedores da 34ª edição do Curta Cinema, como podem estar no Oscar 2026 na categoria de Melhor Curta-Metragem.
Segundo o crítico de cinema Vitor Búrigo, este é um dos poucos festivais que qualificam filmes vencedores para disputar uma indicação ao prêmio. O festival, que aconteceu entre 23 e 30 de abril, exibiu 156 filmes no Rio de Janeiro.
O filme de André Okuma, que venceu a mostra Competitiva Nacional, acompanha uma senhora de 84 anos que recebe uma visita inesperada e revisita segredos familiares e traumas de infância vividos no Brasil dos anos 1940. Ao mesmo tempo, ela vê seu neto ser consumido pelo ódio da polarização política, e fala sobre a união representada pelo moti, doce japonês tradicional. Já o filme de Yuyan Wang, que venceu a Competitiva Internacional, explora criticamente as interseções entre tecnologia, capitalismo e natureza sintética ao retratar um "reino" projetado por startups globais.
Alguns filmes do festival seguem disponíveis online no Itaú Cultural Play até meados de maio. "Vale a pena ficar de olho, porque o Curta Cinema sempre traz um apanhado geral do novo cinema brasileiro contemporâneo", avalia Vitor Búrigo.
Apresentado por Flavia Guerra e Vitor Búrigo, Plano Geral é exibido às quartas-feiras, às 11h, no canal de Splash no YouTube e na home do UOL, com as principais notícias sobre cinema e streaming. Você pode ainda ouvi-lo no Spotify, Apple Podcasts e Google Podcasts.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.