Carol Dieckmann relembra que mãe teve dependência de álcool em sua infância

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Carolina Dieckmann, 46, falou sobre sua infância ao apontar as estratégias usadas para mergulhar em seu novo papel no filme "Descontrole", de Rosane Svartman.
O que aconteceu
A atriz falou sobre parte de sua infância, após seus pais se divorciarem, o que fez com que Maíra Dieckmann, mãe da atriz, se entregasse ao álcool. "Alcoolismo, para mim, já era um assunto muito de dentro. Minha mãe... teve uma época... Quando ela se separou do meu pai, minha casa pegou fogo, aconteceu um monte de coisa.. Eles se separaram, e minha mãe ficou 10 anos bebendo, emburacada, e a gente entendendo que, talvez, ela fosse alcoólatra, palavra que a gente usava antigamente", contou ao videocast Conversa Vai, Conversa Vem.
No entanto, a mãe de Carolina nunca precisou procurar um tratamento. "Ela deitada numa cama, muito triste, frágil. Um belo dia ela levantou, falou que ia parar de beber e de fumar e nunca mais. Sem frequentar nada. Entendemos, depois, que, talvez, ela não fosse alcóolica, porque depois a voltou a beber só socialmente. Então, ela realmente escolheu se a anestesiar através do álcool e ficou 10 anos num buraco", continuou contando.
Tal experiência serviu para trazer ainda mais realidade a sua nova personagem, em que viverá uma escritora bem-sucedida, mãe de dois filhos, que entra em crise no casamento, se separa e começa a afundar. "A vida dela está louca. Não está tá dando conta de nada: do casamento, de entregar livro, os filhos querendo atenção. Enfim... Ela se separa do cara, resolve viver a vida e volta a beber. Aí, não lembra de nada no dia seguinte, aquilo começa e ela vai ao inferno".
Tenho uma visão do que o álcool faz num lugar muito íntimo. De eu ter 10, 11 anos, estar me descobrindo mulher e ver aquela mulher, que era minha supermulher, deitada numa cama, sofrendo por amor, sem conseguir levantar. Eu tinha isso para dar para à personagem. Sou uma criança que já estive no banco de trás e minha mãe bateu com o carro.
Para Carolina Dieckmann, gravar "Descontrole" foi uma forma de curar algumas de suas feridas internas. "Chorei muito e me curei muito. Tive momentos no set em que eu saía e falava: "Caramba, mãe, tô me curando aqui. Tô entendendo uma parada que não tinha como entender mais nova". Me curei não através da palavra, mas do que conseguir acessar dentro".
Foi por causa de sua mãe, que a atriz também demorou para começar a ingerir bebidas alcoólicas. "Uísque eu não podia beber, porque tem o cheiro... Só consegui beber uísque depois que ela morreu [em 2019]. Fica aquela imagem da minha mãe deitada, o copo de uísque e o aroma. Dar um beijo nela e sentir aquele cheiro. Sentia o cheiro e já me dava reflexo no corpo, vontade de chorar. Comecei a beber tarde porque tinha esse medo também: Será que beber significa chegar onde a minha mãe chegou?".
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