'Me revoltei': ator que faz Topete trocou computação na USP pela atuação

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Gabriel Milane, o Topete de "Garota do Momento", começou a fazer publicidades aos dez anos, mas quase seguiu outro caminho: o da computação. Chegou a cursar três anos na USP (Universidade de São Paulo) antes de seguir o coração e investir na carreira artística. Agora, aos 24, estrela sua primeira novela.
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Da publicidade à atuação
Paulistano, Gabriel entrou no meio audiovisual quase por acaso. Seu irmão, na época com 2 anos, participou de um concurso para ser o Bebê Hipoglós. Ele não passou, mas a mãe dos dois meninos curtiu a ideia e levou o bebê para fazer um booking em uma agência. Gabriel foi junto e chamou a atenção por suas sardas, então fez fotos também e, na mesma semana, já estava sendo chamado para testes.
Meus pais sempre gostaram dessa ideia do Gabriel artista, mas também sabiam que era um caminho nebuloso. Quando eu era criança, tinha épocas de muitos trabalhos e outras com quase nada. Então, havia essa visão mais conservadora, de buscar algo mais estável.
Gabriel Milane em entrevista para Splash

Influenciado pela mãe, o jovem, que sempre gostou de contar história e cantar os jingles dos comerciais, decidiu então prestar vestibular para uma carreira "que desse mais dinheiro" e trouxesse "mais estabilidade". Por isso, escolheu a computação. Hoje, acredita que teria "poupado tempo" se tivesse seguido direto para a atuação.
Foram três anos na USP, tempo que o ajudou a amadurecer, mas a cada semestre a vontade de seguir outro rumo aumentava. "Percebi que o lugar onde meus amigos estavam chegando —e onde eu provavelmente chegaria— não era onde eu queria ficar para o resto da vida. Trabalhar em escritório, banco... Cheguei até a estagiar. Foi ótimo, as pessoas eram incríveis, mas eu sabia que queria ir para outros lugares".
A decisão de abandonar o curso veio no início da pandemia. "Na verdade, eu tranquei o curso, com uma 'esperança' de voltar. No fundo, eu sabia que não voltaria". Começou então a procurar contatos no mundo artístico e começou a estudar no curso do ex-diretor global Wolf Maya.
Tive que fazer um monólogo e o Wolf falou: 'Você já é ator'. Isso virou uma chave para mim. 'Poxa, talvez eu tenha mesmo uma facilidade, um preparo que a vida inteira me deu', porque, no fim, a minha faculdade foi a minha própria vida. Foram anos de set, desde os 10 anos. Que bom que eu me revoltei e deixei a faculdade. Que bom que fui um pouco 'Topete', como as pessoas dizem.
Gabriel Milane
Primeira novela
Nos últimos meses, Gabriel tem dado vida a Topete, um jovem rebelde dos anos 1950 que começou a novela como bad boy e foi se transformando ao longo dos capítulos. "Sou muito fã do texto da Alessandra Poggi. É uma obra muito completa. No começo, por ser minha primeira novela, foi um desafio. Eu me via muito perdido, sem saber direito o que fazer, como entregar o texto. Então, o estudo foi fundamental, assim como o apoio da equipe".
Hoje, ele sente nas ruas o impacto de uma novela exibida em TV aberta. "A repercussão é ótima. No início, o público via o Topete como um menino levado, talvez sem senso de socialização. Depois, com a relação dele com a Eugênia e o emprego na TV, isso foi mudando. E o carinho do público tem sido incrível, no shopping, na rua, em São Paulo. É muito gostoso".
Sou muito pé no chão. Sonho grande, mas sei que tudo acontece aos poucos. Estou aproveitando esse momento ao máximo e dando 110% de mim em cada cena, em cada diária.
Gabriel Milane

Para ele, a rebeldia do personagem nasce da falta de afeto que ele teve. "A Eugênia ajudou muito nesse desenvolvimento. A Klara [Castanho] é uma parceira maravilhosa em cena, muito disponível e simples, o que facilita ainda mais a humanização do Topete, que é um personagem bem complexo".
Topete, ao longo da novela, se tornou um apresentador de TV —criado a partir de diversas referências, incluindo Xuxa, a eterna rainha dos baixinhos. "É a primeira referência que vem à cabeça. Assistir ao documentário dela foi importante. Foi uma grande inspiração —não só pelo figurino, mas pelo todo. além dela, o Eduardo Sterblitch também foi uma grande referência. O Topete admira o Alfredo [Honório] e olha para ele como um exemplo".
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