'Colocamos uns contra os outros': a estratégia do criador de 'Last Of Us 2'
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Após três anos de espera, a nova temporada de "The Last Of Us" chegou ao streaming da Max com a missão de equilibrar a expectativa dos admiradores de produções de terror e os fãs do jogo de videogame homônimo, que inspirou a série. O criador Neil Druckmann conta que está pronto para os debates que a trama vai causar.
Espero que críticos se envolvam com a série da maneira que fizeram com a primeira temporada. Quando eles falaram sobre os personagens e discutiram sobre suas escolhas, aquilo havia uma profundidade. Nós nos esforçamos muito criando essa profundidade e espero que as pessoas absorvam e depois conversem sobre isso.
Neil Druckmann, em entrevista exclusiva para Splash
Halley Gross, coprodutora executiva da série, afirma que não há possibilidade de trabalhar em qualquer projeto com medo de críticas, mas espera, sim, que todos amem. "Não acho que podemos criar expectativas, mas espero que eles gostem muito", disse ela, também em entrevista para Splash.
Vocês verão um pouco da história do segundo jogo, verão mais dos personagens e suas diferentes facetas. Por causa da natureza da televisão, teremos novas perspectivas que vocês ainda não viram. Espero que vejam coisas que gostam no jogo, mas poderão ver mais desse mundo que adoram.
Halley Gross
"Não há problemas em ir para lugares diferentes"
Neil Druckmann conta que o desafio de produzir de "The Last Of Us 2" foi lidar com a pressão natural para surpreender —devido ao alto investimento — e, ao mesmo tempo, não mudar a rota ao ponto de pôr tudo a perder. "Uma coisa que levamos muito a sério é corresponder as expectativas do espectador. A primeira temporada foi muito bem-sucedida e, para nós, foi importante replicar o processo que nos levou até lá."
Agora, temos um orçamento maior e nossas ambições aumentaram. Para garantir que não falhemos, que não pareça falso e que continuemos a explorar o quão poderoso o amor pode ser neste cenário pós-apocalíptico, colocamos os personagens uns contra os outros. Isso diz muito sobre a nossa sociedade de maneiras realmente interessantes.
Neil Druckmann
A nova temporada tem o jogo de videogame como base do enredo, mas, segundo Druckmann, segue novos rumos, já que o streaming oferece um leque para explorar novas histórias. "Nossa estratégia foi replicar o processo, para não transformar esse sucesso em algum tipo de modelo, como, 'ah, precisamos de um episódio tipo Bill e Frank', 'ah, qual seria o equivalente para o momento da girafa?' ou 'qual momento poderia ser igual àquela luta intensa?'. Não fizemos isso porque o processo de adaptação questiona cada momento a partir deste momento, do segundo jogo."

Pensamos em como traduzir esses momentos o mais fielmente possível a este outro meio, que geralmente requer certas mudanças. Então, para onde essas mudanças nos levarem, encontramos material novo. É assim que fazemos. E não há problema em ir, às vezes, para lugares muito diferentes da temporada original, se é para onde a história precisa ir.
Neil Druckmann
Halley diz que o grande diferencial da série para o jogo é a oportunidade de conhecer novos personagens além dos protagonistas Joel (Pedro Pascal), Ellie (Bella Ramsey) e Abby (Kaitlyn Dever). "Se você conhece o jogo, obviamente, assistirá à série com certas expectativas. Mas o que é interessante sobre o jogo é que você está em sintonia apenas com os personagens jogáveis. Com Abby, Ellie e muito brevemente com o Joel. Na série, temos essa oportunidade de expandir."
"Vai ser assustador"

Conhecedores de que "The Last Of Us" tem grande número de fãs no Brasil, Halley Gross e Neil Druckmann trataram de avisar que a nova temporada promete trazer terror, diversão e beleza. "Por favor, assista. Vai ser incrível. Vai ser assustador, poderoso, triste e bonito. Espero que gostem. Você deveria gostar, mas não precisa, mas espero que vocês gostem", diz Halley Gross. "É isso. Não vou conseguir superar o discurso dela", finaliza Druckmann.
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