Trambiqueiro, sedutor e assassino: livros de Tom Ripley voltam ao Brasil

"O Talentoso Ripley", escrito por Patricia Highsmith e lançado em 1955, mudou a perspectiva de criminosos na literatura.

Como celebração pelos 70 anos da obra, a editora Intrínseca relança os três primeiros livros da série, após anos fora de catálogo: "O Talentoso Ripley", "Ripley Subterrâneo" e "O Jogo de Ripley". As duas últimas histórias com o personagem, "O Garoto que Seguiu Ripley" e "Ripley Debaixo d'Água" chegam às lojas brasileiras em julho deste ano.

O sucesso não é de agora: em 2021, a Intrínseca lançou versões de "O Talentoso Ripley" e "Ripley Subterrâneo" em formato de capa dura. Mesmo com preços elevados, 25 mil exemplares foram vendidos e se esgotaram rapidamente.

Série Ripley, Patricia Highsmith

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Disponível na versão e-book por R$ 35,91.

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Disponível na versão e-book por R$ 34,90, audilivro por R$ 39,99 e capa dura a partir de R$ 95.

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Disponível na versão e-book por R$ 49,41, audilivro por R$ 45,99 e capa dura por R$ 62,12.

Qual a história?

"Trambiqueiro", "imoral", "charmoso" e "assassino" são algumas das palavras que fazem referência ao famoso personagem criado pela americana Patricia Highsmith (1921-1995), uma referência no gênero de suspense.

Tom Ripley é um homem com um talento para imitar e manipular, que vive de pequenos golpes em Nova York. Um homem rico, pai de Dickie Greenleaf, contrata Ripley para convencer o filho a regressar aos Estados Unidos, abandonando a sua vida despreocupada na Itália.

Matt Damon em cena de 'O Talentoso Ripley'
Matt Damon em cena de 'O Talentoso Ripley' Imagem: Divulgação

Ripley, seduzido pela vida de luxo de Dickie, decide assumir a identidade do jovem e viver como ele, com consequências trágicas. O homem, então, comete uma série de crimes, incluindo o assassinato, para manter a vida de luxos.

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A história explora a mente fria e calculista de Ripley, que se torna um anti-herói fascinante e perturbador. Com o passar dos livros, é possível ver o desenvolvimento de Tom Ripley. No segundo e terceiro livro, ele se torna um homem cosmopolita, poliglota e estudioso.

O personagem se tornou uma inspiração para histórias que abordam a temática do criminoso amoral e sedutor. Um exemplo recente é o filme "Saltburn", que acompanha Oliver Quick, um estudante universitário que recebe o convite do jovem rico Felix Catton para passar as férias de verão na mansão de sua família, na região de Saltburn.

Barry Keoghan em cena de 'Saltburn'
Barry Keoghan em cena de 'Saltburn' Imagem: Reprodução/Amazon Prime

Adaptações

A história de Ripley foi adaptada para o cinema em várias ocasiões, com destaque para o filme de 1999 com Matt Damon no papel principal. O longa homônimo foi indicado a cinco Oscars.

Jude Law em 'O Talentoso Ripley' (1999)
Jude Law em 'O Talentoso Ripley' (1999) Imagem: Divulgação
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Outro sucesso é a minissérie da Netflix "Ripley", de 2024. Estrelada por Andrew Scott ("Fleabag") a produção é ambientada nos anos 1960 e é toda em preto e branco.

Mais títulos são: "Ripley no Limite" (2005), "O Retorno do Talentoso Ripley" (2002), "O Amigo Americano" (1977) e "O Sol por Testemunha" (1960).

Quem era Patricia Highsmith

A personalidade excêntrica e controversa da autora americana Patricia Highsmith deu origem à profundidade sombria de Tom Ripley e outras de suas criações. Nascida no Texas, começou a trabalhar como roteirista publicitária e escritora de quadrinhos e contos.

Ela rapidamente ganhou destaque por seus romances e se tornou uma das escritoras mais prolíficas da ficção policial americana. Sua primeira obra foi "Pacto Sinistro", publicada em 1950. No ano seguinte, a trama ganhou uma adaptação cinematográfica dirigida por Alfred Hitchcock.

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O mórbido, o cruel, o anormal me fascina.
Patricia Highsmith

A autora Patricia Highsmith
A autora Patricia Highsmith Imagem: Divulgação/ Diogenes Verlag

A infância da americana foi traumática, marcada pelo relacionamento tóxico com a mãe, que lhe contava sobre as tentativas de aborto durante a gravidez. A mãe chegou a abandoná-la com a avó por um ano, partindo para outra cidade sem maiores explicações. Os ressentimentos familiares acompanharam Highsmith por toda a vida, refletindo-se tanto em seus escritos pessoais quanto em sua ficção.

Ela mantinha preconceitos de todos os tipos e expressava opiniões controversas. Seus diários continham comentários abertamente racistas, misóginos e antissemitas, incluindo a crença de que o Holocausto deveria ter sido ainda mais abrangente.

Em 1952, a autora publicou o romance "The Price of Salt" sob um pseudônimo. O livro, inspirado por um acontecimento real, narra o envolvimento romântico entre uma jovem vendedora e uma dona de casa infeliz. A autora, que se baseou em sua própria obsessão por uma mulher mais velha e rica, rompeu padrões da época ao criar um final feliz para um casal lésbico.

Patricia Highsmith morreu em 1995, Locarno (Suíça), aos 74 anos. A escritora sofria de leucemia.

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