'Não era tão feliz': como relação com filho mudou vida de Milton Nascimento

"Milton Bituca Nascimento", documentário que acompanha o músico ao longo da turnê de despedida, traz um diálogo emocionado entre o artista e o filho, Augusto Kesrouani Nascimento, sobre a relação. A produção chega hoje aos cinemas de todo o Brasil.

Augusto se diz "a pessoa mais amada do mundo" por ser filho do astro brasileiro. Já Milton ressalta que a chegada de Augusto foi a realização de um sonho. "É uma coisa até bonita, porque eu estou feliz. Eu não era tão feliz assim".

Eles se conheceram quando Augusto tinha 13 anos. À época, o cantor visitava um casal de amigos em Juiz de Fora, no interior de Minas Gerais, e Augusto, amigo do filho do casal, estava presente. A primeira impressão do adolescente sobre o músico foi de "antipatia".

No entanto, as visitas de Milton àquela casa para descansar após turnês se tornaram frequentes, e Augusto muitas vezes estava lá. Aos poucos, a má impressão inicial deu lugar a uma relação de afeto.

Documentário estreia dia 20 de março em todo o Brasil
Documentário estreia dia 20 de março em todo o Brasil Imagem: Divulgação

Um ponto que solidificou o sentimento de família ocorreu em 2014, quando Milton passou mal durante um show. Augusto correu para o hospital e presenciou um sorriso de alívio no rosto do pai ao vê-lo. Atualmente, Augusto não é apenas filho de Milton, mas também o empresário do artista.

O laço afetivo, descrito por Augusto como criado entre "sonhos e faltas", em entrevista ao UOL em 2022, foi oficializado na Justiça em 2017. A certidão de adoção emoldurada ocupa um lugar na cabeceira do quarto de Milton.

Documentário

Documentário que acompanha o músico ao longo da turnê de despedida
Documentário que acompanha o músico ao longo da turnê de despedida Imagem: Divulgação
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"Milton Bituca Nascimento" propõe uma pergunta ao público: como explicar o fascínio que o músico causa no Brasil e no mundo? O mesmo acontece com personalidades entrevistadas para o doc, como Gilberto Gil, Mano Brown e Djamila Ribeiro.

Não é fácil ter uma câmera grudada em você dia e noite, e ele nunca se esquivou. Tivemos longas conversas, fiz pedidos difíceis, e Milton sempre esteve presente, generoso. Nunca tentou controlar o retrato que fazíamos dele, nunca pediu para cortar ou mudar nada. Me senti livre, respeitada. E isso, claro, só aumentou minha responsabilidade. Flavia Moraes, diretora

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