Guerra Fria e herói morcego: 'Billy Bat' é mestre Naoki Urasawa em seu auge

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Sinto um misto de amor e ódio por Naoki Urasawa. Ao mesmo tempo que o autor do aclamado "Monster" é mestre em criar histórias de mistério envolventes, ele tem uma dificuldade de finalizar suas histórias num tempo adequado.
O que ele fez na reta final de "20th Century Boys" chega a ser criminoso. Dito isso, peguei o mangá "Billy Bat" que acabou de sair no Brasil para fazer uma avaliação e posso dizer sem dúvidas: o desgraçado é um gênio.
Ambientado em meio à Guerra Fria, "Billy Bat" conta a história de um desenhista chamado Kevin Yamagata que faz sucesso com um quadrinho sobre um detetive morcego. Num belo dia, ele descobre que seu personagem já existia no Japão e viaja para lá com receio de ter cometido plágio.
Começa então um thriller com assassinatos, participação de figuras históricas, mistérios de um Japão pós-guerra e a figura de um morcego que é quase como um Jesus Cristo para uma nação desolada.
"Billy Bat" não tem nada de muito diferente do que o Naoki Urasawa faz em seus outros mangás. Os personagens do autor (sempre muito expressivos, com uma quantidade alta de caretas) sempre acabam metidos em tramas misteriosas de organizações e com uma pitada de ficção-científica.
Mas, mesmo sabendo o que te espera, Urasawa sabe entregar um thriller como poucos. A leitura é rápida, e quando você se dá conta já está envolvido nos mistérios e folheando o mangá avidamente em busca de respostas.
A leitura do primeiro volume de "Billy Bat" vai te deixando com muitas dúvidas, que é o "truque" do Urasawa para te fazer comprar todas as edições.
Quem é o morcego? Como que Kevin concebeu sua história? Por que ele tem delírios com o mamífero voador? Não sei as respostas e é capaz de me decepcionar no final, mas estou ciente do risco e quero continuar com esse mangá.
"Billy Bat", de Naoki Urasawa e Takashi Nagasaki
Editora Panini (10 volumes na edição brasileira)
Quero mais Naoki Urasawa, o que faço?

"Pluto"
Quando criança, Naoki Urasawa foi impactado por um arco do mangá de "Astro Boy" e desde então aquilo ficou em sua cabeça. Agora adulto e mangaká, ele criou o mangá "Pluto" que reconta essa trama mediante um olhar um pouco mais maduro que o de Osamu Tezuka, com um debate sobre tecnologia e humanidade. Tem um anime (de episódios beeeeeeem longos) na Netflix e o mangá foi publicado pela Panini.

"Monster"
Aqui é obra de arte. "Monster" conta a história de um cirurgião que opta por salvar a vida de uma criança em vez de um político influente no hospital. Ele cai em desgraça por essa decisão e a tal criança salva decide ajudá-lo. Como? Assassinando todos os seus desafetos! Começa agora a caçada do protagonista, acusado injustamente pelos crimes, atrás dessa criança. Tem anime na Netflix e o mangá é da Panini.
"Ruri Dragon", "Pokémon" e mais trocentos anúncios de mangás da Panini

Por motivos de Carnaval não deu tempo de incluir esta notícia na última Newsletter, mas, agora, podemos falar sobre os inúmeros anúncios feitos pela Panini no último dia 28 de fevereiro. Em vídeo lançado em seu canal oficial, a editora soltou pelo menos dez títulos novos que devem chegar nos próximos meses. Confira a lista completa:
- 'Ruri Dragon'de Masaoki Shindo
- 'Pokémon X & Y' de Hidenori Kusaka e Satoshi Yamamoto
- 'Tamaranai No Wa Koi Na No Ka' de Mia Sorahana
- 'Asadora' de Naoki Urasawa
- 'BAOH' de Hirohiko Araki
- 'Elden Ring: Become a Lord' de Hard Punch
- 'How I Attended an All-Guy's Mixer' de Nana Aokawa
- 'Wild Strawberry' de Ire Yonemoto
- 'Jujutsu Kaisen: Yoake no Ibara Michi' (livro)
- 'Jujutsu Kaisen: Iku Natsu to Kaeru Aki' (livro)
Uma leva de títulos grandes. Além de a editora apostar em outros mangás de autores da casa, como "Asadora" e "BAOH", rolou finalmente o anúncio de "Ruri Dragon" no Brasil. O mangá de Masaoki Shindo saiu na Shonen Jump e foi um fenômeno de vendas.
"Ruri Dragon" então foi interrompido por motivos de saúde do autor e retomado recentemente, agora na versão digital da Jump. É uma história fantástica sobre uma adolescente que descobre ser filha de um dragão, e acompanhamos suas dificuldades em equilibrar esse fato com a vida de uma estudante comum.
Além disso teremos dois livros de "Jujutsu Kaisen", que devem sair pelo novo selo da editora focado em romances asiáticos. Pouco foi dito sobre o Panini Books, uma expansão do que já era feito em livros da editora, mas parece ser um sinal de que as light novels e romances baseados em obras asiáticas conseguiram um destaque em meio aos quadrinhos. Haja bolso, né?
Banda de "Death Note", ator de "Jiraiya" e mais: Atrações do Anime Friends 2025

Se você estava preocupado de que o grupo Omelete, o novo dono do Anime Friends, transformaria o tradicional evento em algo bem diferente, as primeiras atrações anunciadas indicam que tudo ainda tem aquela energia familiar de plaquinha de abraços grátis e suco de soja.
O Anime Friends utilizou suas redes sociais para divulgar uma bateria de anúncios, uma em cada dia da semana. Confira algumas das atrações divulgadas.
- Scandal: O grupo de música asiático composto por quatro cantoras retorna ao Brasil. Elas cantaram músicas nos animes "Bleach" e "Fullmetal Alchemist Brotherhood", e têm apresentação confirmada no dia 5 de julho (sábado).
- Atores de "Jiraiya": Os atores Takumi Tsutsui e Takumi Hashimoto são quase cidadãos honorários no Brasil de tanto que já participaram de eventos por aqui. Eles interpretaram respectivamente o protagonista e o Manabu do tokusatsu "Jiraiya" e estarão se apresentando todos os dias, de 3 a 6 de julho.
- Big Ocean: A novidade da vez é o grupo Big Ocean, um trio sul-coreano que chama a atenção por ser formado por idols com deficiência auditiva. Eles terão show no dia 3 (quinta-feira), painel no dia 4 (sexta-feira) e serão juízes do Maru Dance Challenge no dia 5 (sábado).
- Nightmare: O destaque da primeira leva é a banda Nightmare, que embalou as aberturas de "Death Note" e "Claymore". Se você foi otaku no final dos anos 2000, com certeza essa é uma atração que vai te emocionar. Eles farão show no dia 6 (domingo).
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Mangás para ficar de olho no Brasil
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Naoki Urasawa, o mangaká especialista em thriller

Pesquisar sobre a vida de Naoki Urasawa é entender um pouco sua trajetória nos mangás. Amante das artes desde a infância, quando era fã de "Astro Boy", Urasawa é um dos maiores autores de mangás de todos os tempos, premiados inúmeras vezes e criador de vários títulos incríveis de suspense.
O autor começou sua carreira na editora Shogakukan, onde conheceu seu parceirão de trabalho Takashi Nagasaki. Este é creditado em muitas das obras como coautor, e trabalha como colaborador e editor de Urasawa. Seu primeiro mangá seriado foi "Pineapple Army" (1985-1988), no qual trabalhou com a arte sob o roteiro de Kazuya Kudo.
Seu primeiro grande sucesso, curiosamente, foi o mangá "Yawara!" (1986-1993). A obra nada tem a ver com suspense e conta a história de uma garota que tenta fugir da pressão de seu avô para praticar judô. A série durou 29 volumes e ganhou um anime de 124 episódios.
Depois disso, Urasawa foi reconhecido pelo talento com o thriller (e também pela habilidade de publicar histórias simultâneas). A partir daí ele veio com "Master Keaton" (1988-1994), "Monster" (1994-2001, publicado no Brasil pela Conrad e pela Panini), "20th Century Boys" (1999-2007, publicado no Brasil pela Panini), "Pluto" (2003-2009, Panini também), "Billy Bat" (2008-2016, Panini) e por aí vai.
Sua paixão por "Astro Boy" levou à publicação de "Pluto", seu gosto pela música inspirou a motivação do protagonista de "20th Century Boys" e por aí vai. Urasawa também é um dos poucos autores de mangás que teve uma exposição própria que rolou no Brasil no final de 2019, na Japan House de São Paulo.
A recomendação que fica é: pegue um anime ou mangá dele e apenas se deixe mergulhar naquele universo fascinante repleto de suspense e personagens com traço bem característico.
Até a próxima semana, otakus!
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