Martin Scorsese elege os 10 melhores filmes de todos os tempos; veja lista

Martin Scorsese, 82, elegeu os dez melhores filmes da história ao votar no ranking da revista britânica Sight and Sound. Norte-americano é diretor de filmes célebres como "Touro Indomável" (1980), "Os Bons Companheiros" (1990), "O Aviador" (2004) e "Os Infiltrados" (2006), pelo qual venceu o Oscar de Melhor Diretor.

O que aconteceu

O meme viral 'Absolute Cinema', com Martin Scorsese
O meme viral 'Absolute Cinema', com Martin Scorsese Imagem: Reprodução/X

A cada dez anos, o veículo especializado divulga duas listas dedicadas à sétima arte. Uma delas é elaborada por 1.600 críticos de cinema. A outra é feita por 460 cineastas. Scorsese compôs o grupo de diretores votantes de 2022 e definiu seus preferidos.

1º. "2001: Uma Odisseia no Espaço" (Stanley Kubrick, 1968). Clássico da ficção científica, inspirado, em partes, no conto "The Sentinel", de Arthur C. Clark, que co-escreveu o longa com Kubrick. É um filme impactante pelos efeitos visuais, os quais elevaram o gênero a um patamar elevado, assim como sua trilha sonora, com música erudita em prevalência, que se sobressai aos poucos diálogos. Ficou marcado também por prever a chegada do homem à Lua (1969). Venceu um Oscar de melhores efeitos visuais. Disponível no Max.

É preciso ter audácia, força e coragem extraordinárias para dizer 'vamos apagar tudo, vamos parar tudo, vamos mandar todos de volta à pré-história Martin Scorsese sobre 2001: Uma Odisseia no Espaço, em 2018

2º. "Oito e Meio" (Federico Fellini, 1963). Comédia dramática do célebre diretor italiano sobre o temido bloqueio criativo de quem trabalha com audiovisual. Na história, Marcello Mastroianni é o diretor que sofre com a ausência de ideia para dar seguimento a um filme. Venceu dois Oscars: de Melhor Filme em língua estrangeira e melhor figurino. Martin Scorsese gosta tanto de "Oito e Meio", que assumiu revê-lo anualmente. Disponível no Globoplay e Telecine.

Oito e meio sempre foi um marco para mim, de muitas maneiras. A liberdade, o senso de inovação, o rigor subjacente, o profundo núcleo de desejo, o encantamento, a atração física dos movimentos de câmera e composições Scorsese

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3º. "Cinzas e Diamantes" (Andrzej Wajda, 1958). Polonês, é inspirado no livro homônimo de Jerzy Andrzejewski, que narra a história de um jovem rebelde que tem a missão de matar um líder comunista no último dia da Segunda Guerra Mundial. Porém, ao se apaixonar, encara um dilema e reflete se deve seguir com o enfrentamento. É a última parte da "Trilogia da Guerra", de Wajda. Os filmes anteriores são "Geração" (1955) e "Kanal" (1957). Também é um dos prediletos de Francis Ford Coppola. Disponível no Oldflix.

4º. "Cidadão Kane" (Orson Welles, 1941). Em parceria com Herman J. Mankiewicz, Welles roteirizou o filme e também o estrelou. É reconhecido como uma das obras-primas do cinema sobretudo por sua estrutura narrativa e técnica, consideradas inovadoras para a época. Gira em torno da vida de Charles Foster Kane, magnata da imprensa que, mesmo com influência e dinheiro, não conquista o cargo político e nem mulher que deseja. Levou o Oscar de Melhor Roteiro original. Disponível no Belas Artes À La Carte; Oldflix; Apple TV; ou para alugar ou comprar no Prime Video.

5º. "Diário de um Padre" (Robert Bresson, 1951). Adaptado do livro "Diário de um Pároco de Aldeia", de Georges Bernanos, o filme francês mostra um jovem padre que tem dificuldades em conquistar os fiéis da paróquia que acaba de assumir. Em meio a isso e aos problemas trazidos pela população, descobre uma doença e enfrenta uma crise existencial. Um fato curioso que liga Scorsese a filmes religiosos é que o aclamado diretor, além de cristão assumido, revelou que seria padre antes de a carreira no cinema dar certo. Não está disponível no streaming.

Quando era mais jovem, estava pensando em fazer um filme sobre ser um padre. Eu mesmo queria seguir os passos do Padre Príncipe, por assim dizer, e ser padre. Fui para um seminário preparatório, mas falhei no primeiro ano Scorsese ao Padre Antonio Spadaro, no livro "Conversas Sobre a Fé"

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6º. "Viver" (Akira Kurosawa, 1952). Este drama japonês conta a história de um burocrata, interpretado por Takashi Shimura, que descobre ter menos de um ano de vida em razão de um câncer agressivo. Com isso, passa a buscar significado em cada dia vivido. Curiosamente este também é o filme favorito de Steven Spielberg. Disponível no Belas Artes À La Carte.

7º. "O Leopardo" (Luchino Visconti, 1963). Baseado no livro homônimo escrito por Giuseppe Tomasi di Lampedus, a história acontece durante o processo de unificação italiana, em 1860. O personagem principal, príncipe Don Fabrizio Salina (inspirado no avô do autor), testemunha a decadência da nobreza e a ascensão da burguesia em meio a atribulações políticas e sociais. Scorsese foi um dos responsáveis por fomentar o restauro digital do longa. Disponível no Looke, do Prime Video.

Vivo com este filme todos os dias da minha vida Scorsese

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8º. "A Palavra" (Carl Theodor Dreyer, 1955). O filme é considerado uma obra-prima do diretor, que esteve à frente o aclamado "A Paixão de Joana D'Arc" (1928). O ponto central são os dramas vividos pela família Borgen, na qual há três irmãos: o mais novo quer se casar com uma moça cuja religião é diferente e o pai não permite; o mais velho perde a esposa durante o parto; já o do meio, enquanto estuda para ser padre, entra em transe e crê que é Jesus Cristo, com isso, tenta fazer a cunhada morta ressuscitar. Não está disponível no streaming.

9º. "Paisà" (Roberto Rossellini, 1946). Um dos símbolos do neorrealismo italiano, é dividido em seis episódios que narram a relação entre italianos e norte-americanos na guerra, a partir de julho de 1943 até o inverno de 1944. É o segundo filme da Trilogia da Guerra, de Roberto Rossellini. Os outros são "Roma, Cidade Aberta" (1945) e "Alemanha, Ano Zero" (1947). Disponível no Youtube e Belas Artes À La Carte.

10º. "Os Sapatinhos Vermelhos" (Michael Powell e Emeric Pressburger, 1948). O longa musical britânico é baseado no conto homônimo de Hans Christian Andersen. Na trama, Victoria Page, uma jovem bailarina é selecionada para protagonizar a montagem de "Sapatinhos Vermelhos", a qual demanda sua total dedicação, mas essa missão é ameaçada após ela se apaixonar perdidamente. Obcecado pelo filme, Scorsese foi o responsável por supervisionar a restauração do filme. Além disso, os sapatinhos originais da produção fazem parte de sua coleção pessoal. Venceu em duas categorias: melhor direção de arte e melhor trilha sonora. Disponível no Belas Artes À La Carte e Youtube

Amo este filme desde meus oito anos, quando o vi pela primeira vez ao lado de meu pai; foi uma experiência inesquecível Scorsese, em 2009, sobre "Os Sapatinhos Vermelhos"

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