Conteúdo publicado há 2 meses

Caso Vitória: Advogado nega que família processou Globo e Patrícia Poeta

O advogado da família da adolescente Vitória Regina de Sousa, que foi assassinada em Cajamar (SP), negou que os pais da jovem tenham movido processo contra a Globo e Patrícia Poeta pela forma como a apresentadora conduziu entrevista com o pai da vítima, Carlos Alberto, no programa Encontro, na sexta-feira da semana passada.

O que aconteceu

Alguns sites passaram a divulgar que os familiares de Vitória teriam processado a Globo e Poeta na esfera cível e que também estudavam a possibilidade de impetrar ação na esfera criminal. No entanto, em nota a Splash, o advogado Fábio Costa, que representa a família da adolescente, afirmou que "isso não é verdade", ou seja, eles não moveram ou pretendem mover qualquer ação judicial contra a emissora e a apresentadora.

Fábio Costa destacou que os parentes de Vitória "não vão aceitar" investidas de terceiros para que processem a Globo e Patrícia. Costa também ressaltou que, caso algum outro advogado procure os pais da adolescente com o intuito de induzi-los a mover alguma ação contra a empresa e Poeta, ele vai representar contra o profissional junto à OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). "Se algum advogado fizer isso eu represento na Ordem", afirmou.

Patrícia Poeta foi acusada de sensacionalismo pela forma como conduziu entrevista com o pai de Vitória em meio as investigações sobre o crime. Na ocasião, ela deu detalhes de um possível desfecho do caso, sobre a possibilidade de se tratar de um crime passional, embora a Polícia Civil de São Paulo não tenha divulgado essa informação até então e deixou o pai da jovem sem reação. Splash procurou a Globo e Patrícia, mas nenhuma das partes quis se manifestar sobre o caso.

Relembre o caso

Vitória Regina de Sousa, 17, adolescente encontrada morta em Cajamar
Vitória Regina de Sousa, 17, adolescente encontrada morta em Cajamar Imagem: Montagem/Reprodução

Vitória desapareceu no fim de fevereiro. Ela saiu do trabalho, pegou um ônibus e mandou mensagem para uma amiga. Depois, pegou outro ônibus e escreveu para a amiga dizendo que estava com medo de estar sendo seguida.

Corolla passou pelo trajeto da jovem. Segundo a polícia, o carro teria perseguido a adolescente. O corpo dela foi encontrado no dia 5 de março, com sinais de tortura.

Polícia investiga se PCC está envolvido. Segundo o delegado Aldo Galiano, Vitória foi encontrada com o cabelo raspado — o que é considerado um sinal deixado pela facção paulista por traição amorosa. Galiano também disse que, há quatro meses, um integrante do PCC foi preso na área onde o corpo foi encontrado.

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O que se sabe até o momento

A polícia pode ter localizado o cativeiro onde Vitória foi mantida. Segundo a Polícia Civil de São Paulo, o local onde a adolescente possivelmente ficou antes de ser morta passará por perícia ainda hoje.

A informação de que Carlos Alberto Souza, pai de Vitória, estava entre os suspeitos do crime foi desmentida. "Não existe investigação contra o pai da vítima", afirmou Luiz Carlos do Carmo, diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), em coletiva realizada na tarde de hoje.

Polícia apura se a vítima sofreu abuso sexual e se o sangue encontrado em um carro apreendido pertence a ela. Os resultados dos exames são aguardados, pois a análise de DNA demanda tempo. "Porque precisa ser feita uma descontaminação do material biológico", encontrado no veículo de um dos suspeitos, explicou do Carmo.

Os investigadores consideram a possibilidade de que mais de uma pessoa tenha participado do crime. Segundo a polícia, apenas uma pessoa não teria condições de cometer o assassinato sozinha. "Ali tem a participação e a coautoria de outros elementos [outras pessoas]", declarou Luiz Carlos do Carmo em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, no domingo.

A polícia também revelou que um dos suspeitos registrou o trajeto feito por Vitória antes de desaparecer. De acordo com Luiz Carlos do Carmo, as imagens foram encontradas no celular de Daniel Lucas Pereira. "O celular dele está sendo encaminhado para perícia, mas já visualizamos que nele tem imagens gravadas no caminho entre o ponto de ônibus até a residência da vítima", disse ao Domingo Espetacular, da TV Record.

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No sábado, a Justiça decretou a prisão temporária de Maicol Antonio Sales dos Santos, outro suspeito. Ele é proprietário do veículo Corolla, que teria sido visto na área onde Vitória desapareceu. "Não há um único caminho investigativo que não aponte o envolvimento de Maicol com os fatos investigados", escreveu a juíza Juliana Junqueira na decisão que acatou o pedido de prisão temporária.

Uma contradição em seu depoimento contribuiu para sua prisão. Maicol afirmou que, na noite de 26 de fevereiro, quando Vitória desapareceu, estava em casa com a esposa. No entanto, sua companheira declarou que estava na casa da mãe, onde permaneceu até o dia seguinte, e que se comunicou com ele apenas por mensagens.

A Polícia Civil solicitou também a prisão temporária de Daniel, mas a Justiça negou o pedido. A juíza considerou que a única evidência contra ele era uma foto, o que não justificava a prisão temporária. Entretanto, autorizou buscas e apreensões nas residências dos dois investigados.

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