Walter Salles pode vender o Oscar de melhor filme internacional?

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Walter Salles, 68, ficará com a estatueta do Oscar 2025 de melhor filme internacional, segundo o produtor Rodrigo Teixeira. Caso ele queira vender no futuro, ele pode?
O que diz o regulamento
Os vencedores do Oscar se comprometem com uma série de cláusulas como parte do contrato com a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Uma das exigências é a proibição de vender a estatueta sem antes oferecê-la à própria Academia por um valor simbólico.
O regulamento afirma que os vencedores do Oscar não têm "nenhum direito sobre os direitos autorais" da estatueta. Essa condição limita o poder de venda dos donos do prêmio e firma um valor pelo qual a estatueta pode ser oferecida à própria Academia.
Os vencedores dos prêmios não deverão vender ou dispor da estatueta do Oscar, nem permitir que ela seja vendida ou alienada por força da lei, sem primeiro se oferecer para vendê-la à Academia pela quantia de US$ 1 [cerca de R$ 5,80 na cotação atual].
Trecho retirado do site oficial do Oscar
O contrato se aplica também a outras pessoas que podem ter tido acesso a uma estatueta. Segundo o regulamento, a limitação se estende a eventuais herdeiros e cessionários dos vencedores que tenha adquirido uma estatueta por "doação ou legado".
A quantia oferecida pela Academia é bastante inferior ao preço de produção do prêmio. Segundo a emissora norte-americana CBS News, a estatueta —feita de bronze e banhada a ouro 24 quilates— custa US$ 400 (R$ 2.320).
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Dia histórico para o Brasil
O Brasil fez história ao conquistar seu primeiro Oscar no último domingo, com "Ainda Estou Aqui", filme dirigido por Walter Salles, que venceu na categoria de melhor filme internacional. O filme aborda o desaparecimento, em 1971, do ex-deputado Rubens Paiva (Selton Mello), e a estoica resistência de sua viúva, Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres, que perdeu na categoria de melhor atriz para Mikey Madison (Anora).
"Isso vai para uma mulher que, depois de uma perda tão grande em um regime tão autoritário, decidiu não se dobrar e resistir", disse Salles, ao receber a estatueta. "Também vai para as mulheres extraordinárias que deram vida a ela: Fernanda Torres e Fernanda Montenegro".
A produção baseada no livro homônimo do filho mais novo do casal, Marcelo Rubens Paiva, venceu uma disputa acirrada com "Emilia Pérez" (França), "A Garota da Agulha" (Dinamarca), "A Semente do Fruto Sagrado" (Alemanha) e "Flow" (Letônia). A produção de Salles também estava indicada ao prêmio de melhor filme, mas perdeu para "Anora".
Os brasileiros, que nunca haviam conquistado o ouro de Hollywood, celebraram as três indicações do filme com o mesmo fervor que dedicam às vitórias na Copa do Mundo. O país competiu em várias categorias do Oscar, principalmente como melhor filme internacional, à qual foi indicado pela última vez com "Central do Brasil", também sob a direção de Salles.
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