Ex-Jovem Pan denunciado por tentativa de golpe é neto de ditador

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Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, 42, economista e ex-comentarista da Jovem Pan, foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) nesta terça-feira (18) por tentativa de golpe.
Quem é ele?
Figueiredo Filho é neto do ex-presidente João Figueiredo, que foi o último mandatário da ditadura militar, entre os anos de 1979 e 1985. O regime foi iniciado por um golpe militar em 1964 e durou 21 anos.
O economista é filho de Paulo Figueiredo, primogênito do ex-presidente. Começou a carreira no seguimento de hotelaria de luxo no Rio de Janeiro.
Foi sócio de Trump na construção do Trump Hotel no Rio (que depois perdeu a marca e se tornou Hotel Ish). "Eu sou latino e Donald Trump me trata estupendamente. A quantidade de latinos que trabalham para ele é imensa, as babás dos netos dele são mexicanas... Essa imagem de racista que tentam construir não existe", disse ao El País em 2015.
Em 2019, foi preso em Miami. Ele estava acusado de envolvimento no pagamento de propinas a diretores do BRB, banco do Distrito Federal, em troca de recursos para a construção do Trump Hotel na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.
Virou comentarista da Jovem Pan em 2020. Em sua passagem pelo canal, incitou extremistas bolsonaristas a deflagrarem uma guerra civil no Brasil, chamou de "estupidez" os atos de vandalismo praticados pelo apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 8 de janeiro, entre outros.
Denúncia
Segundo a PF, Figueiredo Filho atuou em suposta operação de "propagação de desinformação golpista e antidemocrática". Juntamente com o general quatro estrelas Braga Netto e os militares Ailton Gonçalves Moraes Barros, paraquedista do Exército, o coronel do Exército Bernardo Romão Correa Neto, e o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cesar Cid, Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho integrava o núcleo responsável por incitar militares a aderir ao golpe de Estado, de acordo com relatório do STF (Supremo Tribunal Federal).
Os diálogos entre Mauro Cid e Figueiredo Filho, obtidos pela PF, revelaram que Correa Neto sabia horas antes o nome exato dos comandantes militares que seriam expostos por Figueiredo Filho, então comentarista em programas de rádio e televisão. O que demonstra, ainda segundo a PF, a existência de ação coordenada para expor e pressionar os militares que não aceitassem aderir aos planos golpistas.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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