Colete balístico e perrengue no mato: os bastidores de Operação Fronteira

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A quarta temporada de Operação Fronteira estreia nesta quarta-feira (19). Os novos episódios trazem como novidade operações contra o garimpo ilegal em terras indígenas e regiões amazônicas, além das ações já tradicionais no programa, como o combate ao tráfico de armas e drogas.
Em entrevista a Splash, Rodrigo Astiz, diretor da série, e Patricio Diaz, gerente sênior de produção de conteúdos de não-ficção da Warner Bros. Discovery, dão detalhes dos bastidores da nova temporada e da produção.
A equipe de Operação Fronteira fica mais exposta do que a equipe de um reality como Aeroporto: Área Restrita. "Em Operação Fronteira, você nunca sabe quem está abordando. As pessoas não foram revistadas antes de entrar no ônibus. Se a pessoa está no carro, pior ainda", conta Astiz.
Desde a primeira temporada, a equipe usa um colete balístico na gradação máxima que a legislação brasileira permite para uso civil. A mesma coisa nas atividades de garimpo. Isso minimiza o risco no caso de algum confronto. Graças a essas medidas, estamos terminando a quarta temporada sem incidentes. Nunca aconteceu nada.
Rodrigo Astiz
A produção também evita acompanhar os policiais se a situação for muito arriscada —sem deixar de captar imagens das ações. "Em alguns momentos, principalmente nas histórias do garimpo, a cobertura se baseia nas câmeras corporais dos policiais. Quando a situação está segura, a equipe se aproxima para captar de maneira mais tradicional. [...] Com a tecnologia, isso é quase imperceptível para o espectador, mas ajuda a viabilizar esse tipo de programa. [...] O principal sempre é a segurança", completa Diaz.
Nas cenas de combate ao garimpo ilegal, a equipe do programa precisou enfrentar todos os "perrengues" encarados pelos policiais. Essas missões, organizadas pelo IBAMA, contam com o apoio logístico e tático do GRR, Grupo de Resposta Rápida. Segundo Astiz, esses policiais fazem um curso "duríssimo" para conseguir adentrar a floresta e rastrear alvos como os garimpeiros. A produção do programa precisou ficar "na cola" desses agentes para acompanhar as ações.
As operações demoram cerca de oito horas, é muito quente, o garimpo é insalubre. [...] E nós não podemos dizer que não aguentamos, virar um empecilho. Eles têm um trabalho a fazer, e a última coisa que nós queremos é atrapalhar o trabalho deles. Então, eu e a equipe fizemos questão de mostrar que aguentávamos as mesmas coisas que eles aguentavam: insetos, calor, fome, sede, esse tipo de coisa.
Rodrigo Astiz
Os agentes de Operação Restrita também têm sido tietados pelo público. "Muitos agentes são reconhecidos. [...] Algumas pessoas, quando veem a equipe gravando, perguntam de cara se é Operação Fronteira e querem participar, querem aparecer", diz Astiz

O que esperar da nova temporada
Os policiais encontram um feto de lhama mumificado com um grupo de bolivianos que tenta entrar no Brasil. Usado em celebrações religiosas, esse tipo de bagagem não pode entrar no Brasil por apresentar um risco à saúde pública do país.
Em outro caso, uma garota de programa apresenta uma identidade falsa com mais ocorrências em aberto que a dela própria. Ela estava usando uma identidade falsa para escapar de um problema com a Justiça, mas acabou encarando vários outros.
A nova temporada inclui também perseguições, descobertas de contrabando e de grandes carregamentos de drogas e armamento. A polícia se depara, também, com narcóticos que nunca tinha encontrado antes.
O próprio crime vai se reinventando num nível tão veloz que acaba sendo uma surpresa nossa não só para o espectador, mas também para os próprios policiais. Patricio Diaz
Produções fazem sucesso na TV e no streaming
Diaz afirma que a intenção é oferecer mais programas desse gênero. "O espectador mergulha em um universo específico, no caso de Operação Fronteira, o de fiscalizações de fronteiras e estradas e as histórias das pessoas que passam por elas. E, dentro desse universo, existem regras específicas, gírias próprias, códigos. Quanto mais o público compreende esses detalhes, mais atrativa a série fica. [...] Estamos sempre atrás de histórias e formatos relevantes."
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