Tiros, máfia e adolescente de cueca: 'Reborn' é um shonen ao estilo antigo

O serviço de streaming Anime Onegai confirmou em suas redes sociais que "Katekyo Hitman Reborn" (2006-2010) ganhará novos episódios dublados a partir desta semana, com lançamentos diários desde a última segunda-feira (17).

Criado por Akira Amano e publicado na Shonen Jump, a obra conta a história do garoto fracote Tsunayoshi que esbarra em um bebê diminuto usando uma roupa de mafioso. Ele é o Reborn, um tutor contratado pela família italiana Vongola para treinar o herdeiro da máfia, que, no caso, é o adolescente japonês. Mas como resolver a fraqueza de Tsuna? Simples, dando tiros especiais nele que o deixam forte (e de cueca) momentaneamente.

Perceba por essa sinopse que "Reborn" tem todos os elementos de um anime de comédia. A cada episódio temos novos (e malucos) personagens entrando, e suas relações conflituosas lembram demais o estilo de história de um "Ranma ½". Só que lá pelo episódio 20 a coisa dá uma virada: a autora Akira Amano (provavelmente a pedido do editorial da "Jump") dá uma guinada na trama e transforma a história em um típico shonen de lutinha.

Acompanhar "Reborn" em 2025 é quase como uma visita a um museu muito divertido. Os shonens de hoje em dia seguem valores e estilos de narrativa bem distintos, e "Reborn" traz uma história mais leve e com animação mais humilde (graças ao estilo antigo de exibição, que era de produções contínuas). Essa nova fase trazida pelo Anime Onegai começa no episódio 14, então logo mais os fãs poderão ver essa mudança na trama de "Reborn".

Vale destacar algumas boas atuações na versão dublada deste anime clássico. Carol Valença (o Luffy de "One Piece") brilha como o nanico Reborn, e Pamella Rodrigues (a Power de "Chainsaw Man") está ótima como o covarde Lambo.

"Katekyo Hitman Reborn"
Onde ver? Anime Onegai (dublado e legendado), Crunchyroll (legendado)

Notícias que Bombaram na Semana

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Imagem: Divulgação/Comix Zone

"Na Prisão" chega pela Comix Zone
A editora Comix Zone aproveitou uma live do canal Fora do Plástico para anunciar a republicação do mangá "Na Prisão", de Kazuichi Hanawa. A obra autobiográfica do mangaká já havia sido lançada em 2005 pela editora Conrad. A tradução dessa nova versão será feita por Drik Sada, a mesma tradutora da versão antiga. Incrível como o catálogo da Conrad era tão bom nos anos 2000, tão à frente de seu tempo, que até hoje as obras são disputadas para republicação.

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Imagem: Reprodução/TV Globo

"Sakura" é cultura: literalmente
Pegando todo mundo de surpresa, o anime "Card Captor Sakura" deve estrear na TV Cultura. O site JBox mostrou um vídeo exibido nas chamadas da emissora informando que o anime faria parte do programa Antimatéria. Embora não tenha confirmado oficialmente essa exibição, recentemente o perfil do Instagram do programa lançou um vídeo com os apresentadores falando que adorariam 'Card Captor Sakura' na TV aberta.

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Imagem: Reprodução/Shueisha

"Ichi, o Bruxo" em português
O mangá "Ichi the Witch", de Osamu Nishi e Shiro Usazaki, ganhou versão em português no MangaPlus. O app da editora Shueisha, que lança os capítulos junto ao lançamento da Shonen Jump no Japão, disponibilizará em nosso idioma o mangá do garoto bruxo vivendo em um mundo onde só existem bruxas mulheres. No Japão, o sucesso da obra é comemorado: Nishi é autora de "Iruma-kun", e Usazaki era a desenhista de "Act-Age".

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"Death Note" ganha homenagem no BBB 25 (!!) e se prova como fenômeno

Gabriel do
Gabriel do Imagem: Reprodução/TV Globo

Pegando de surpresa o público de reality, os otakus e talvez até mesmo o ex-diretor Boninho, o Big Brother Brasil 25 da última terça-feira (11) surpreendeu ao trazer uma vinheta com referências a 'Death Note'. O mascote do reality se vestiu de Ryuk, um contador de tempo de vida apareceu sobre os participantes e até uma paródia da segunda abertura foi exibida, com cenas de Tadeu Schmidt ao som de "What's up, People?!", de Maximum the Hormone.

O BBB é um dos programas mais populares do Brasil, e o fato de "Death Note" ter aparecido em um programa tão abrangente mostra o quão importante este anime foi para a cultura popular. Entretanto, "Death Note" ainda é rejeitado por uma parcela de otakus. De tempos em tempos a comunidade gosta de menosprezar algum sucesso do passado. "Não é tudo isso", dizem, seja por terem reavaliado a obra após alguns anos ou apenas porque furou a bolha e se tornou conhecida no mainstream. Com "Death Note" podemos dizer que aconteceram os dois fenômenos.

É comum encontrar opiniões dizendo que "Death Note" tem uma visão distorcida sobre Justiça, afinal o protagonista assassina pessoas, engana autoridades e realiza maldades para agradar o próprio ego. Esquecem, no entanto, que Light Yagami é um anti-herói, e seu comportamento pouco exemplar não está sendo exaltado, pelo contrário.

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Furar a bolha não é algo ruim e faz com que mais pessoas possam se apaixonar por animes e, quem sabe, irem atrás de outras séries. Por mais que "Death Note" tenha pontos muito criticáveis (como a representação feminina), ainda é uma série envolvente mesmo quase 20 anos após sua exibição original. Se você não assistiu, acredite: ainda é interessante, pode confiar.

"Death Note" (37 episódios)
Onde ver? Crunchyroll, Max, Netflix, Pluto TV
Onde ler? Mangá publicado pela editora JBC

Confira o vídeo

Matérias da Semana em Splash UOL

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Imagem: Reprodução/Ajia-do Animation Works

Nome longoooo
Está na moda termos animes com nomes muito extensos. Pode ser um truque para entender a sinopse só de ver o título ou para fazer uma gracinha. Veja alguns deles.

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Você sabe?
Temos um quiz em Splash para você testar seus conhecimentos sobre 'Attack on Titan', aproveitando que o mais recente filme logo mais chega aos cinemas brasileiros.

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Amigos e rivais
Você já odiou muito uma pessoa e depois descobriu que ela é sua amiga para sempre? Esses personagens de anime, sim! Veja amizades nascidas do bullying e da implicância.

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Mestre da Semana: Carol Valença, a dubladora que estica

Dubladora Carol Valença
Dubladora Carol Valença Imagem: Reprodução/Instagram

Com a chegada de novos episódios dublados de "Reborn", esse é o melhor momento para celebrar o trabalho da dubladora Carol Valença, responsável por dar voz ao tutor que dá título ao anime.

Carol tem 40 anos e começou a trabalhar na dublagem em 2011. Tem papéis conhecidos no meio do entretenimento, como a Supergirl da série homônima e a Abby do game "The Last of Us Part 2", porém é nos animes que ela se destaca.

Por sua habilidade de fazer vozes masculinas, Carol Valença conseguiu vencer o teste para fazer o Luffy na dublagem atual de "One Piece". Carol conseguiu dar ao personagem um tom bobo e debochado que encantou os fãs, e atualmente é presença constante em eventos e painéis de dublagem (sempre com uma roupa vermelha e um chapéu de palha, fazendo referência ao seu maior personagem).

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Mas Carol tem outros grandes papéis nos animes. Ela também é a voz oficial do Doraemon no anime de mesmo nome, tendo dublado o personagem em episódios da série recente e em vários longas disponíveis nos streamings (como Netflix e Max). Ainda entre as vozes masculinas ela ficou marcada pelo Shogunyan de "Yo-Kai Watch" (uma espécie de Jibanyan com roupa de samurai) e, claro, pelo Reborn de "Katekyo Hitman Reborn".

Mas se engana quem pensa que ela não fez personagens femininas em animes. Carol dublou a experiente Erza de "Fairy Tail", que vem a ser a veterana no grupo protagonista liderado pelo Natsu, e também deu voz à vilã Luxúria na redublagem de "Fullmetal Alchemist: Brotherhood". Infelizmente a dublagem deste anime é um tópico sensível para os fãs: as vozes brasileiras só podem ser ouvidas na Crunchyroll quando se acessa o serviço através do Prime Vídeo.

Até a próxima semana, otakus!

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