Suposto filho de Gugu contesta DNA; advogados explicam futuro da disputa

O processo movido por Ricardo Rocha, que busca o reconhecimento de paternidade de Gugu Liberato (1959-2019), ganhou novos contornos. A defesa do empresário contesta o resultado de um exame de DNA, que deu negativo em dezembro de 2024, e levanta a tese de que o apresentador não era filho biológico de Maria do Céu.

Reabertura de um caso de paternidade com novas alegações e documentos, após um exame de DNA já realizado, exige a apresentação de fatos novos que ainda não foram analisados. É o que explica o advogado Eduardo Maciel, sócio do Maciel, Fernandes, Basso e Dumas Advogados, em conversa com Splash.

Ele explica que, se os fatos eram conhecidos mas não foram incluídos no processo inicial, pode ocorrer a preclusão consumativa —ou seja, a defesa de Rocha teve a oportunidade de abordar a questão, mas não o fez. No entanto, o juiz pode flexibilizar a questão se entender que o caso envolve um "direito de família de grande relevância para a dignidade da pessoa humana".

Qualquer alteração de parentesco pode levar ao reposicionamento da herança. Caso o Juiz de Direito aceite a argumentação trazida pela defesa de Ricardo Rocha para reanálise da questão, é provável que haja novo teste de DNA. Eduardo Maciel, advogado

Gugu Liberato apresentou programas no SBT e na Record
Gugu Liberato apresentou programas no SBT e na Record Imagem: Reprodução

Defesa apresentou um teste de "similaridade genética" entre Ricardo Rocha e familiares de Gugu para contestar o resultado do DNA. Segundo o especialista, o argumento pode influenciar em uma possível reabertura do caso, mas não é determinante.

Acredito que não seja determinante para uma revisão do caso, que ocorrerá caso apareça alguma prova mais robusta de novo exame de DNA, por exemplo, que possa superar aquele já realizado. Eduardo Maciel

Possibilidade de Gugu não ser filho biológico de Maria do Céu, o que até o momento não foi comprovado, levanta a questão da exumação do corpo para obtenção de material genético. O advogado afirma que o procedimento é uma medida extrema: "Penso que inicialmente a exumação seria deferida somente caso os filhos biológicos se negassem a conferir material genético para a análise".

Fernanda Zucare, especialista em direito de família, ressalta que o procedimento é bem-vindo quando o resultado de DNA pode significar mudança de paternidade. "Nem sempre a exumação vai aclarar completamente a situação, isso depende do material coletado e da qualidade também, mas pode ajudar", completa.

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Procurada por Splash, a defesa do empresário Ricardo Rocha diz que o processo está em segredo de justiça e, por isso, não vai comentar o caso. A defesa da família de Gugu Liberato não se manifestou até o momento.

O caso

Ricardo Rocha move ação que pede o reconhecimento de paternidade
Ricardo Rocha move ação que pede o reconhecimento de paternidade Imagem: Reprodução/Record

Empresário do ramo automotivo entrou na Justiça em 2023 para realizar um exame de DNA, buscando comprovar a possível paternidade de Gugu. O teste realizado confirmou que Ricardo não é filho do apresentador.

Amostras para o teste foram retiradas do DNA da mãe. A alegação inicial era que os filhos do famoso (João, Marina e Sofia) foram concebidos por meio de fertilização in vitro e, portanto, poderiam não compartilhar o mesmo material genético.

Mãe de Ricardo alega ter conhecido Gugu em 1973, quando ele tinha 15 anos, em uma padaria em Perdizes, em São Paulo. À época, ela trabalhava como babá e empregada doméstica. Ela teria procurado o apresentador após descobrir a gravidez, mas não o encontrou.

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Defesa do empresário levanta a hipótese de que Gugu não seria filho biológico de Maria do Céu, o que poderia impactar o processo de herança. Os advogados alegam que o comunicador seria, na verdade, herdeiro de Germana Morais ou Antônio Augusto Morais — tios do apresentador. A história foi revelada pelo jornalista Gabriel Perline.

Herança

Gugu Liberato ao lado dos filhos, João Augusto, Marina e Sofia
Gugu Liberato ao lado dos filhos, João Augusto, Marina e Sofia Imagem: Divulgação

Cinco anos após a morte do comunicador, a família chegou a um consenso sobre a divisão da herança — avaliada em cerca de R$ 1,4 bilhão. A informação foi divulgada em dezembro de 2024, durante o Fantástico (Globo).

Gugu morreu em 2019, após um acidente doméstico em Orlando, nos Estados Unidos. Em testamento, ele deixou 75% do patrimônio para os filhos, João Augusto, Sofia e Marina. Os outros 25% para os cinco sobrinhos.

Mãe dos filhos de Gugu, Rose Miriam di Matteo, não foi mencionada no documento. O fato deu início a uma batalha judicial, com a médica entrando com uma ação pedindo o reconhecimento de união estável.

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