Atriz de 'Cabocla' cantou em grupo famoso e teve grau severo de Alzheimer

Edyr de Castro pode ser vista atualmente na reprise de "Cabocla" (Globo), interpretando Maria, que trabalha na fazenda do coronel Boanerges (Tony Ramos) e de Emerenciana (Patrícia Pillar). Com uma trajetória extensa, a atriz e cantora morreu em 2019.

Novelas e grupo 'As Frenéticas'

Edyr de Castro começou a carreira artística na TV Rio em 1966 juntamente com trabalhos nos palcos. Em 1976 fez sua primeira novela na Globo, "Escrava Isaura", oportunidade que lhe abriu muitas portas.

Integrou a formação original do grupo "As Frenéticas", criado por Nelson Motta em 1976. Além de Edyr, que à época assinava "Edyr Duque", o conjunto era formado por Dhu Moraes, Leiloca Neves, Lidoka Martuscelli, Regina Chaves e Sandra Pêra.

Formação original do grupo 'As Frenéticas'
Formação original do grupo 'As Frenéticas' Imagem: Divulgação

A primeira fase de "As Frenéticas" durou até 1983, logo após a saída de Regina e Sandra. O grupo, com a presença de Edyr, teve dois retornos importantes aos palcos, em 1992, ocasião em que gravaram a abertura da novela "Perigosas Peruas", e em 2001, celebrando os 25 anos da trupe.

Após o fim de "As Frenéticas", Edyr de Castro passou a se dedicar mais às novelas. "Roque Santeiro" (1985), "Cambalacho" (1986), "Bebê a Bordo" (1988), "Por Amor" (1997) e "Sinhá Moça" (2006) estão entre seus principais trabalhos na Globo.

Em 2007 a atriz migrou para a Record onde fez suas últimas novelas da carreira. Na emissora esteve em "Amor e Intrigas" (2007) e "Poder Paralelo" (2009).

registro da atriz Edyr de Castro
registro da atriz Edyr de Castro Imagem: Reprodução
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Alzheimer e Retiro dos Artistas

Edyr de Castro foi diagnosticada com grau severo de Alzheimer aos 64 anos, em 2011. Trata-se da forma precoce da doença, conhecida como demência pré-senil, que afeta pessoas com menos de 65 anos.

No mesmo ano do diagnóstico, a artista se mudou para o Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro. Segundo o jornal Extra, a filha da atriz, Joy Rodrigues, fruto do casamento de Edyr com o músico Zé Rodrix (1946-2009), foi quem procurou a administração do local para abrigar a mãe alegando não ter condições de cuidar dela sozinha.

Em 2015 Edyr de Castro apresentava dificuldades na fala e nos movimentos, além de mãos trêmulas por conta dos medicamentos. Nesse ano, a atriz recebeu a visita do jornal Extra, que a entrevistou ao lado de sua cuidadora, Katya, e sua cadela Lyndha Lô.

Edyr de Castro quando jovem; ao lado, ela em sua casa no Retiro dos Artistas
Edyr de Castro quando jovem; ao lado, ela em sua casa no Retiro dos Artistas Imagem: Divulgação e Rafael Moraes/Agência O Globo

Durante o dia, ela vivia sua rotina em casa e, à noite, seguia para o ambulatório, para dormir com mais segurança. Para passar o tempo assistia palestras sobre espiritismo pela TV e cantarolava alguns de seus sucessos com "As Frenéticas".

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Elas [as amigas artistas] mandam mensagens diariamente através do WhatsApp e, cada dia, é uma reação diferente. Ela ouve e se emociona. Outro dia, ela não reconheceu um amigo aqui do Retiro, e ela mesma disse: 'acho que estou com Alzheimer.
Katya Yamada, cuidadora de Edyr de Castro, na época

Edyr de Castro morreu em 2019 por falência múltipla dos órgãos após sofrer oito anos com o Alzheimer. Ela tinha 72 anos e havia sido internada com pneumonia.

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