Tati é uma vilã? Bia Santana defende sua personagem em 'Volta por Cima'
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Bia Santana, 21, tem provocado amor e ódio com sua personagem, Tati, em "Volta por Cima" (Globo). Apesar das atitudes muitas vezes questionável, a atriz diz que a garota não chega a ser, necessariamente, uma vilã, mas às vezes age como uma.
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Tati é uma vilã em 'Volta por Cima'?
Irmã da protagonista Madalena (Jéssica Ellen), Tati é uma personagem cheia de nuances, com um quê de vilania em alguns momentos. Uma dessas ocasiões foi quando a jovem, filha de Lindomar (MV Bill), ajudou o tio Osmar (Milhem Cortaz) a destruir uma festa organizada pela irmã, Madá.
A atriz, no entanto, evita estereotipar a personagem e destaca que todos "temos lados bons e lados ruins, que vêm à tona dependendo da situação". "O porquê que ela sabotou o trabalho da irmã? Por que ela queria que a irmã entendesse que tem dinheiro sem precisar trabalhar", diz ela em conversa com Splash.
Então eu acredito que as justificativas por trás das jogadas em cena sejam os principais pontos para que a gente consiga ter empatia pela personagem. Eu não coloco ela na minha construção como vilã.
Bia Santana
Tati é uma adolescente de 17 anos sem maturidade e, para Bia Santana, essa pode ser a explicação de muitas de suas atitudes. "Uma adolescente bem inconsequente. Mas no fundo, ela tem motivações boas. Então, talvez ela só não saiba realmente como fazer. E a vida vai ensinar isso. Assim como eu, com 17, 16 anos, também tinha atitudes bem questionáveis. Obviamente, eu não era tão assim como a Tati [risos]".
Tendo uma rivalidade com a protagonista, a intérprete de Tati é parada na rua por fãs da novela lhe dando broncas. Porém, ela garante que tem uma resposta na ponta da língua para isso: "A única pergunta que eu faço é: se você estivesse no lugar da Tati, o que você faria? Recebeu R$ 5 milhões em herança, o que você faria? Você iria querer continuar trabalhando?".
Apesar de tudo isso, as atitudes questionáveis de Tati viram memes nas redes sociais. Em uma dessas cenas que viralizaram, a personagem fingia que estava dormindo para não ceder o lugar para uma idosa no ônibus. "Eu não imaginei que ia virar meme. Eu juro pra você".
Para Bia, o que fez a cena viralizar foi a identificação do público. "Quem nunca fez isso? Pode questionar muito, mas quem nunca fez isso?", brinca a atriz.
A Tati fingindo que tá dormindo pra não dar o lugar no busão ??? #VoltaPorCima pic.twitter.com/46ry30KTyE
? TV Globo (@tvglobo) November 25, 2024
A representatividade em 'Volta por Cima'
Pela primeira vez na história da teledramaturgia brasileira temos três protagonistas negras nas novelas da Globo. Além disso, "Volta por Cima" também traz um fato inédito para as tramas brasileiras: o trio de protagonistas são Madá, Jão (Fabrício Boliveira) e Chico (Amaury Lorenzo), todos atores pretos.
Isso é um marco na história. Tão bonito e tão grande que talvez eu ainda não tenha assimilado que estou fazendo parte, que estou ajudando a contar essa história. Bia Santana
A atriz, no entanto, deseja que a atual representatividade negra na teledramaturgia nacional não seja apenas uma modinha. "O meu maior pedido é que isso se perpetue, que não seja uma modinha, que não seja algo que aconteça só uma vez, mas que isso realmente se torne normal. Eu tenho muito desejo que a gente possa naturalizar isso. Que seja normal, assim como é normal ver protagonistas brancas, que seja normal também ver protagonistas pretas".
O triângulo amoroso vivido por Tati também é cheio de representatividade: de um lado temos um jovem amarelo Jin (Allan Jeon) e de outro, um rapaz negro, Nando (João Gabriel D'Aleluia). "O Nando e o Jim, assim como o João e o Allan, nós construímos laços muito fortes. É uma amizade muito forte. Temos feito uma construção muito legal, para que passamos passar isso para o público de uma forma verdadeira, natural, autêntica. Então, com quem a Tati ficar, eu vou estar muito feliz".

Cheia de facetas dentro da trama, Tati também é responsável por introduzir o universo dos doramas e K-pop na história. Para Bia, é uma honra representar a comunidade dorameira, mas também uma missão com uma responsabilidade enorme. "A galera realmente é muito fiel. Eles acompanham, querem saber se está sendo feito certo. Eu escutava muito que estaríamos estereotipando. Mas, conforme a novela foi sendo desenvolvida, vimos que, realmente, não era um estereótipo".
Apesar do medo inicial de tratar um tema que é uma febre no Brasil e no mundo, Bia diz que, hoje, está mais tranquila. Para a atriz, as críticas iniciais, que aconteceram após o lançamento do trailer da novela, também diminuíram. "Nunca foi nossa intenção estereotipar. Lembro que, quando o trailer foi ao ar, conversamos sobre isso. Como iríamos fazer para contar essa história. Não queríamos que fosse uma fã doida vendo um asiático na rua e achando que era o idol".
Depois que 'Volta por Cima' acabar, essa experiência de ter vivido a Tati, de ter sido inserida num universo completamente novo, para mim, eu acho que é o que mais vai valer. Como atriz, nossa, valeu muito a pena.
Bia Santana

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