Nicolas Cage condena uso de IA no cinema: 'Robôs não podem sonhar por nós'

Nicolas Cage, 61, discursou contra o uso de inteligência artificial no cinema ao receber o prêmio Saturn Award 2025 de Melhor Ator, por seu trabalho em "O Homem dos Sonhos" (2023).

O que aconteceu

O astro hollywoodiano se mostrou preocupado com a influência de máquinas sobre a arte humana. "Há um mundo que tem me perturbado. Está acontecendo agora mesmo ao redor de todos nós: o novo mundo da IA. Eu acredito muito em não deixar os robôs sonharem por nós. Robôs não podem refletir a condição humana para nós", criticou ele, em discurso reproduzido pela revista Variety.

Para Cage, esse tipo de interferência pode descaracterizar completamente a expressão artística, tornando-a puramente mercantil. "É um beco sem saída se um ator deixa um robô de IA manipular sua performance mesmo que um pouco, uma polegada eventualmente se tornará uma milha e toda integridade, pureza e verdade da arte serão substituídas apenas por interesses financeiros Não podemos deixar isso acontecer."

Ele entende que o uso de inteligência artificial põe a perder a própria essência da arte enquanto atividade humana. "Na minha opinião, a função de toda arte - e isso inclui a performance cinematográfica - é segurar um espelho para as histórias externas e internas da condição humana através do processo muito humano, pensativo e emocional de recreação. Um robô não pode fazer isso. Se deixarmos os robôs fazerem isso, ele perderá todo o coração e eventualmente perderá a vantagem e se tornará nada. Não haverá resposta humana à vida como a conhecemos. Será a vida como os robôs nos dizem para conhecê-la."

Nicolas Cage se refere provavelmente à utilização de IA na pós-produção de filmes como "Emilia Pérez" (2024) e "O Brutalista" (2024). No primeiro caso, o recurso foi aplicado no ajuste das vozes dos protagonistas em algumas cenas musicais. Já no outro título, serviu para melhorar a pronúncia húngara de certos atores.

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