Conteúdo publicado há 25 dias

Piruinha: quem é o bicheiro de 'Vale o Escrito' que morreu aos 94

O bicheiro José Caruzzo Escafura, o Piruinha, de 94 anos, morreu na quarta-feira (22), no Rio de Janeiro.

Quem era Piruinha?

A informação da morte do contraventor foi confirmada pela família. A causa da morte não foi divulgada.

O bicheiro ganhou destaque recentemente ao aparecer na série "Vale o Escrito", da Globoplay. Lá, contou histórias do jogo do bicho e do Carnaval.

Membro mais velho da antiga cúpula do jogo do bicho carioca, Piruinha ingressou na contravenção na década de 1950 e ficou responsável pelo controle em regiões como Abolição, Inhaúma e Piedade. Nos anos 1970, já era considerado um dos principais bicheiros da cidade e com mais domínios.

Detendo mais de 250 pontos no Rio de Janeiro, Piruinha contou também em "Vale o Escrito" como conseguiu seu território. "Criei um bocado de ponto (de jogo do bicho), mas muitos nós compramos. E com dinheiro da prefeitura! Isso que eu digo: isso é Brasil. O cara pegava dinheiro da prefeitura, dessas caixas coletoras, e emprestava à gente. O dinheiro do estado. E com o dinheiro do estado nós fomos comprando: comprando Méier, Olaria, tudo com dinheiro do estado."

Piruinha, contudo, nem sempre foi bicheiro. Na década de 1950, trabalhou como motorista de lotação e também disse ter atuado como jornaleiro e vendedor de balas.

Eu vivo de jogo há 80 anos, desde moleque. Tudo o que eu tenho na minha vida: hotel, cavalo - sou criador. Mas já fui jornaleiro, já vendi muita bala no trem, engraxei muito sapato na Praça 24 de Maio, fui trocador e motorista de ônibus, trabalhei na praça no tempo da guerra. Ganhei muito dinheiro. Sou o único banqueiro de bicho [a assumir]. Piruinha, em "Vale o Escrito"

Na série, Piruinha falou ainda sobre a fama de mulherengo e de ter 19 filhos. "Já tive mais de cem mulheres. Eu tive 19 filhos porque muitas mulheres tiveram juízo e não quiseram ter filho".

O bicheiro chegou a ser condenado em 1993 por formação de quadrilha junto com outros 14 banqueiros. Condenado a 6 anos de prisão, a pena foi reduzida pela metade pelo STF tempos depois.

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Em 2024, o bicheiro foi absolvido de outra acusação: ser o mandante da morte de um comerciante de carros. O bicheiro ficou preso por dois anos e estava em prisão domiciliar após sofrer uma queda na cadeia.

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