'Um Amor Lindo Demais': autora lança livro no Brasil e fala sobre o drama
O livro "Um Amor Lindo Demais", da autora chinesa Zhao Qianqian, chegou ao Brasil na semana passada. O livro conta a história de amor e crescimento de Xiaoxi e Jiang Chen, que se conhecem ainda crianças, se desencontram e retomam relacionamento anos mais tarde.
A obra foi adaptada para a TV na China, Coréia do Sul e Tailândia. Em todos os países os dramas fizeram bastante sucesso por retratar personagens bastante reais, que cometem erros, aprendem lições e persistem em seu amor.
A autora revelou para Splash que a obra foi, até certo ponto, inspirada em sua própria vida. "Não tive uma segunda chance [após alguns erros]. Por isso, quis que eles merecessem essa chance", afirma ela sobre o livro. No Brasil, ele saiu pela editora Intrínseca e foi traduzido por Peggy Yu e Verena Veludo.
'Um Amor Lindo Demais' tem personagens cometendo diversos erros e acertos ao longo do caminho, o que é frustrante mas bem realista. Como foi a criação de Chen Xiaoxi e Jiang Chen?
Escrevi "Um Amor Lindo Demais" logo depois de me formar na faculdade, quando estava entrando no mercado de trabalho. Muitas das dúvidas que tive nessa mudança da vida de estudante para a vida profissional apareceram em Xiaoxi e Jiang Chen. Na época, cometi vários erros, tanto no amor quanto no trabalho, e não tive uma segunda chance. Por isso, quis que eles merecessem essa chance, já que eram mais corajosos e mais puros do que eu.
No prefácio, você fala que gosta de acreditar no que as pessoas não acreditam e que não ter um clímax não é um problema. Hoje, vemos a "literatura de cura" asiática, mais linear, crescer muito, mas você escreveu o livro em 2015. Qual a sua opinião sobre essa onda de livros sem grandes dramas?
Nossa sociedade está se transformando rápido demais, todo mundo vive ocupado demais, cansado demais, e acaba precisando se refugiar em obras literárias desse tipo.
Você se identifica com algum personagem da história? Dez anos depois, o que você modificaria ou não em cada personagem?
A personagem que eu gostaria de mudar é provavelmente a Hu Ranran. Se pudesse, gostaria de explorar, através dela, como as mulheres conseguem superar as adversidades durante seu crescimento.
O livro tem vários extras, com diferentes pontos de vista, histórias da época de escola e do casamento. Qual delas você mais gostou de escrever? Você tem alguma história extra preferida?
Gosto mais dos capítulos extras sobre a juventude deles. Minha história favorita é "O Primeiro Encontro", porque a maior parte do livro mostra o relacionamento dos dois pelo olhar da Xiaoxi. Esse capítulo, narrado do ponto de vista do Jiang Chen menino, mostra que, na verdade, muito antes de Xiaoxi se apaixonar, ela já tinha sido notada. Xiaoxi nunca esteve sozinha nos seus sentimentos.
O livro teve, não apenas uma adaptação televisiva de sucesso na China, como também na Coreia do Sul e Tailândia. Como foi o processo?
Primeiro, assinamos um contrato para fazer a série de TV. Depois, quando a produção teve problemas na adaptação, o produtor me chamou para escrever o roteiro. Então larguei meu emprego no jornal para virar roteirista. Como tínhamos pouco tempo, começamos a filmar antes de terminar o roteiro. Por isso, eu ia escrevendo o roteiro enquanto filmávamos, às vezes até mudava o texto conforme a atuação dos atores no dia. Foi cansativo, mas também muito divertido.
O Brasil consome bastante conteúdo asiático, entre música e dramas, a própria literatura asiática está ganhando espaço cada vez mais por aqui. Você tem vontade de conhecer o país?
Claro, adoraria ir ao Brasil para comer um churrasco brasileiro de verdade.
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