Terror para todos os gostos: dicas de livros para se assustar
Finalizando a semana de Dia das Bruxas, Splash separou cinco dicas de livros de suspense. O colunista Rodrigo Casarin e as repórteres Fernanda Talarico e Luiza Stevanatto sugerem livros de terror para aproveitar o clima de medo.
"Rinha de Galos", de María Fernanda Ampuero (Moinhos, tradução de Silvia Massimini Felix)
Rodrigo Casarin - "Sou um monstro ou isso é ser uma pessoa?". Uma citação de Clarice Lispector que precede os 13 contos de "Rinha de Galos". São histórias em que limites e intersecções entre a humanidade e a bestialidade estão presentes. Com frequência, a autora recorre a elementos degradantes para provocar desconforto no leitor.
Nos contos de "Rinha de Galos", o lar aparece como espaço de horror, antro de segredos e de atrocidades indizíveis. As vidas são marcadas pelas agressões físicas, sexuais e psicológicas. São traços de um horror presente em parte do que há de melhor na literatura latino-americana contemporânea. Não é por acaso que María Fernanda Ampuero, equatoriana, é um dos nomes mais reconhecidos de sua geração.
"Tênebra", organizado por Júlio França e Oscar Nestarez (Fósforo)
Rodrigo Casarin - Um admirável trabalho de pesquisa que reúne 27 histórias de terror escritas no Brasil ao longo do século 19, entre 1839 e 1899. Estão ali nomes pouco conhecidos dos leitores de hoje, mas também gente como Machado de Assis, Júlia Lopes de Almeira e Olavo Bilac. São narrativas que vão desde o horror feito de seres mitológicos, monstrengos consagrados e outros recursos fantásticos até as assombrações bem reais capazes de perturbar qualquer indivíduo.
"Como Vender uma Casa Assombrada", de Grady Hendrix (Intrínseca)
Luiza Stevanatto - A contragosto, Louise precisa voltar para casa após a morte dos pais e encarar uma série de coisas que já tinha deixado para trás. O irmão, que detesta, a coleção de bonecos da mãe, o lar em que cresceu. Para vender a casa, porém, ela precisa enfrentar mais que empecilhos do ramo imobiliário, mas também fantoches assassinos, taxidermias bizarras, traumas familiares e fantasmas do passado.
'Está tudo bem' de Mike Birchall (Suma HQ)
Fernanda Talarico - Nesta HQ, a bizarrice incomoda e causa questionamentos. A todo o tempo pensamos: "O que está acontecendo aqui?". Impossível largar. Acompanhamos Sam e Maggie, um casal perfeitamente normal, que mora em um bairro perfeitamente normal, com um cachorro, chamado Winston, perfeitamente normal.
Todas as casas da vizinhança são iguais. As pessoas são parecidas e falam de maneira similar. Olhando de fora, está tudo bem, mas não é bem assim. O mistério continua e, apesar de estarem tão "bem" quanto possível, eles são vigiados por câmeras e questionam as próprias decisões. Reprimindo sentimentos, ocultando lembranças e vivendo estranhamente desconectados, os dois estão a apenas um equívoco de algo muito mais sinistro.
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Quero receber"Medeia Morta", de Cláudia Lemes (HarperCollins Brasil)
Fernanda Talarico - Quando Medeia, a ex-professora de literatura de Ian, é assassinada, ele sente o mundo desmoronar. Além de ser o principal suspeito, o jovem estava apaixonado por ela, e agora a relação proibida dos dois, que até então era mantida em segredo, tornou-se pública.
Sou suspeita para falar sobre a obra de Lemes, mas indico de olhos fechados. Sua escrita é envolvente e é impossível parar de ler.
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