Pedro Cardoso diz que Lula é última esperança, mas está refém do Congresso

Pedro Cardoso, 61, disse que o presidente Lula (PT) é a "última esperança" para que algo possa ser feito no Brasil, mas ponderou que o petista está "refém" do Congresso Nacional.

O que aconteceu

Cardoso criticou a atual conjuntura política do país. Durante entrevista ao jornalista Chico Pinheiro para o ICL TV, o ator criticou o fato de os eleitores focarem no Executivo e esquecerem o Legislativo que, para ele, é quem realmente controla a democracia de um país.

Ator citou como exemplo o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de quem ele é crítico. "Lira está com lá com todas as suspeitas que pesam contra ele porque foi eleito. E nós só nos preocupamos com chefes do Executivo. Agora, [nas eleições municipais], só ouvimos falar dos chefes de executivos, os vereadores ninguém presta atenção. A própria propaganda eleitoral coloca como grande estrela o candidato [ao Executivo] e eu acho que isso enfraquece a democracia".

Ele destacou que o "parlamento é a âncora da democracia" e que se a população elege um "parlamento é desonesto", não importa se o eleito para o Executivo for honesto, porque ficará refém dos parlamentares. "Mesmo [que tenha] uma pessoa honesta no Executivo, [ela] fica refém dele [parlamento]. A gente está cansado de ver isso acontecer. Eles legislam contra a democracia lá de dentro, com legitimidade, porque foram eleitos".

Cardoso chamou de "absurda" a atual situação da Câmara dos Deputados, formada por 513 parlamentares. "É um abuso esse número absurdo de parlamentares, que é um convite para a entrada de pessoas que são alpinistas sociais. Isso que a gente está vivendo".

O ator destacou que o presidente Lula precisa se equilibrar para manter a governabilidade, apesar do "inimigo imenso" que enfrenta, o Congresso. "O Lula está se equilibrando... 'Ah fala mal do Lula...' Falta muito para eu falar mal do Lula porque eu acho que o Lula é a última esperança que a gente tem de alguma coisa funcionar, e está funcionando. Agora, ele tem um inimigo imenso. Nós perdemos as eleições. Quem ganhou foram esses alpinistas sociais que se travestem de moralistas e antissistema".

Alinhado ao campo da esquerda, Pedro Cardoso ressaltou que não nutre imensa simpatia pelo PT, mas considera que o partido está conectado à "realidade" do país. "Não tenho muita simpatia pelo PT, mas acho que o PT e o PSOL ainda são a coisa melhor que temos [na política brasileira]. O PSOL tem alguma identidade ideológica, o PT tem uma origem que mantém nele alguma ligação com a realidade brasileira".

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