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'Cadê nosso piso?': Cezar usa BBB 23 para cobrar direito de enfermeiros

BBB 23: Cezar em raio-x - Reprodução/Globoplay
BBB 23: Cezar em raio-x Imagem: Reprodução/Globoplay

De Splash, em São Paulo

21/01/2023 09h54

Participante do BBB 23, o enfermeiro Cezar usou parte do seu tempo no raio-X diário para cobrar mais uma vez o piso salarial da enfermagem, principal causa dos enfermeiros brasileiros em busca da valorização da profissão no Brasil.

"Galera da UTI, não estou com saudade de vocês", brincou. "Cadê nosso piso, mermão?", questionou o brother, que já havia reclamado das condições de trabalho da categoria em conversa com Domitila Barros.

Piso salarial da enfermagem

Enfermeiros estão desde o ano passado defendendo a efetivação do piso salarial de R$ 4.750 mensais. A regra também estabelece que técnicos de enfermagem têm direito a receber, pelo menos, 70% desse valor. Auxiliares e parteiras, 50%.

O que está acontecendo:

  • Em agosto, o Congresso aprovou a lei que determina a criação do piso salarial da enfermagem
  • O STF suspendeu a lei. Os ministros alegaram que deputados e senadores não disseram de onde sairia o dinheiro.
  • Em dezembro, o Congresso aprovou uma emenda constitucional, determinando que a União repasse recursos extras para estados, municípios e entidades filantrópicas, a fim de que possam pagar o valor.
  • A nova ministra da Saúde, Nísia Trindade, criou um grupo de trabalho para estudar como tornar realidade o piso salarial, com prazo de 10 dias.

Desabafo sobre Fred Nicácio e médicos

O que rolou?

  • A fala de Fred: "Um dia eu fui fisioterapeuta e vi um médico entubando e falei: 'Eu queria fazer isso aí. Uma enfermeira branca olhou e disse: 'Sai pra lá, menino, isso é só para médico'. Tá bom. Sete anos depois eu voltei e ela foi minha enfermeira. Estou aqui doutor Fred Nicácio. Para você, agora eu vou entubar e você vai me ajudar. Pronto, assim que a gente trata racista".

A crítica de Cezar: "Ele falou, tentando ser para ele algo de positivo... 'Ah, porque a enfermeira me criticou porque eu era fisioterapeuta, mas depois eu virei médico e ela tinha que me auxiliar'. Pô, cara, pra gente é super ofensivo isso. Pra nossa classe, isso aí é uma coisa que a gente briga todos os dias...

Gente, você nasce, o médico tira você da barriga da sua mãe, e entrega pra gente. A gente é quem limpa, pesa, entrega de novo pra sua mãe. Do dia que você nasce, na hora da UTI, você morreu, quem prepara seu corpo é a enfermagem. Nós somos a primeira passagem de você para o mundo, e a última. Então, nossa classe é foda, nossa classe trabalha mais do que todas as classes. Nossa classe não tem reconhecimento, a gente briga todos os dias pra chegar lá".

  • Cezar se diz ofendido: "Você usou uma palavra que na hora me doeu, e acho que não foi a intenção. Só que, pra enfermagem, como classe, magoa demais a gente Você disse: 'Ela tava lá, me auxiliando".

Defesa de Fred: "Ela teve que me ajudar. Foi exatamente essa a frase que eu usei. Eu não gosto de usar a palavra 'auxiliar' porque parece que a função é só minha. E 'ajudar', não. Eu tenho a minha função e ela tem a dela. Eu não faço o que ela faz e ela não faz o que eu faço. Nessa conjuntura, ela ter que me ajudar, pra ela foi um grande problema. Pra ela, foi ter que me engolir a seco, porque ela falou que eu não ia ser médico. Me ver como médico e ter que trabalhar comigo - não para mim -, trabalhar junto comigo para salvar uma vida, só que eu na posição de médico...

Isso, pra ela, serviu como uma lição da vida. Não fui eu. Só de eu estar ali e ela estar ali, do meu lado, já foi a lição dela. Eu nunca faria algo que pudesse colocá-la numa situação vexatória pela minha posição e pela dela. Jamais faria isso. Como não fiz, porque eu não precisei. A vida se encarregou. Nessas horas, quem é o juiz desse processo é o universo".