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Show da posse de Lula reúne público bem abaixo do esperado: 'Tarde demais'

Abertura da posse de Lula tem público menor que o esperado - Weudson Ribeiro
Abertura da posse de Lula tem público menor que o esperado Imagem: Weudson Ribeiro

Weudson Ribeiro

Colaboração para Splash, de Brasília

01/01/2023 21h12Atualizada em 02/01/2023 13h02

A abertura do Festival do Futuro reuniu um número significativamente menor de pessoas do que a expectativa da organização do evento. No lugar onde eram esperadas 300 mil pessoas, haviam 20 mil simultâneas, segundo estimativas da equipe de segurança da organização informadas a Splash.

A assessoria de imprensa do festival afirmou que o número de público esperado se refere ao total de presentes ao longo de toda a duração do evento. "Tivemos a participação de mais de 300 mil pessoas no festival, que durou das 10h da manhã do dia 1° até a madrugada do dia 2", afirma o evento.

A estimativa é referente ao primeiro bloco de shows, que foi das 18h30 até às 22h, aproximadamente. A partir das 23h, com o show do grupo BaianaSystem com participação da ministra Margareth Menezes, esse número cresceu. A mesma fonte informou à reportagem uma nova estimativa, de cerca de 100 mil pessoas.

O principal motivo para o número menor de público, segundo as fontes da organização ouvidas, é que a maioria das caravanas que chegaram à capital federal para o evento de posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sairiam da capital federal às 22h. Outra razão apontada é que artistas aguardadas, como Pabllo Vittar e Valesca, só se apresentariam após a meia-noite.

O horário levou os estudantes Maria Clara e Pedro Henrique, ambos de 16 anos, a irem embora antes das performances das cantoras Duda Beat e Urias.

"Há também a preocupação dos nossos pais com a segurança, já que muito se especulou que havia tentativas de atentados no evento", disse a jovem.

O amigo dela destaca que decidiu acompanhar a posse por causa do descontentamento com os quatro anos de governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Vou embora cedo porque as principais apresentações são tarde demais, mas vou embora com a sensação de dever cumprido", disse.

Enquanto iam embora, eles encontraram a professora Daniele Moraes, 29. "É a primeira vez que venho a uma posse presidencial porque desta vez é para celebrar algo maior que apenas uma vitória eleitoral. É sobre democracia e respeito às diferenças", disse ela.

Pedro Henrique e Maria Clara, 16, encontraram a professora Daniela Moraes, 29, no show da posse de Lula - Weudson Ribeiro - Weudson Ribeiro
Pedro Henrique e Maria Clara, 16, encontraram a professora Daniela Moraes, 29, no show da posse de Lula
Imagem: Weudson Ribeiro

Após cerimônia oficial da posse presidencial, os artistas Drik Barbosa, Marissol Mwab, Ellen Oléria, Fioti, Rael, Rappin Hood, Salgadinho e Gog se dividiram entre os palcos Elza Soares e Gal Costa para as primeiras atrações da noite.

A performance foi marcada por uma homenagem a Martin Luther King, pastor batista e ativista político estadunidense que se tornou a figura mais proeminente e líder do movimento dos direitos civis nos Estados Unidos de 1955 até seu assassinato em 1968.

Homenagem a Pelé e Chico Buarque. O pagodeiro Salgadinho cantou o hit "Inaraí". Junto ao rapper Gog, ele fez uma saudação para Pelé. "Nosso camisa 10. Eterno", disse.

A organização também homenageou o futebolista com um minuto de aplausos.

O ponto mais animado da abertura foi quando os cantores se reuniram para cantar "Apesar de Você", de Chico Buarque.

Apresentador do festival, o humorista Paulo Vieira disse que "o outro dia é hoje", ao celebrar a apresentação da canção, e brincou com o horário de performance das estrelas principais: "Hoje, a programação tem Pabllo Vittar às 2h da madrugada. Quero saber quem não vai arredar o pé até o último show".

Durante a apresentação do cantor Jards Macalé, o público gritou palavras de ordem contra Bolsonaro e em apoio a Lula. Num cover da canção Juízo Final, de Nelson Cavaquinho, o artista foi ovacionado ao mudar a letra para "É o juízo final, a história do bem e do mal. Quero ter olhos para ver, Bolsonaro desaparecer".