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Por onde anda Gilberto Barros, condenado por incentivar a homofobia?

O apresentador Gilberto Barros foi condenado pelo crime de homofobia - Reprodução/YouTube
O apresentador Gilberto Barros foi condenado pelo crime de homofobia Imagem: Reprodução/YouTube

Colaboração para o UOL, em João Pessoa

17/08/2022 07h00

Longe das telas desde 2015, o apresentador Gilberto Barros foi condenado pela Justiça de São Paulo a dois anos de prisão pelo crime de homofobia. A sentença foi devido a um comentário feito no seu programa "Amigos do Leão", em 2020, em seu canal no YouTube.

Com postura e declarações polêmicas, Gilberto Barros, de 62 anos, tem adotado uma fala de defesa ao presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) e crítica a ideias contrárias às dele.

Uma de suas falas preconceituosas foi a de que agrediria casais gays se os visse se beijando.

Na ocasião, Barros disse que "onde eu guardava o carro na garagem, beijo de língua de dois 'bigode', porque tinha uma boate gay ali na frente. Não tenho nada contra, mas eu também vomito, sou gente, gente. Hoje em dia se quiser fazer na minha frente, faz, apanha dois, mas faz".

Por essa declaração, veio a condenação do TJ-SP. Da decisão, cabe recurso.

Pena restritiva de direitos e pagamento de cestas básicas

No YouTube, Barros mantém um canal que conta com 208 mil inscritos. Em uma rede social tem 147 mil seguidores e é lá também que compartilha seus pensamentos e ideias.

Réu primário e com pena inferior a quatro anos, o apresentador recebeu medidas restritivas de direito no lugar de pena de privação de liberdade.

Ele deve pagar cinco salários mínimos que serão revertidos em compras de cestas básicas para organizações sociais. A pena foi de dois anos de prisão pelo crime de homofobia, substituída pela pena restritiva de direito.

O apresentador Gilberto Barros prestará serviço à comunidade pelo tempo da pena e deverá pagar cinco salários mínimos que serão revertidos na compra de cestas básicas para organizações sociais.

Carreira na rádio e TV

Gilberto Barros iniciou a carreira como radialista aos 12 anos na Rádio Difusora da cidade de Lucélia, no interior de São Paulo. Ele ainda passou por rádio da cidade de Lins, também interior do estado, e ganhou notoriedade a partir de 1987 ao ser contratado pela Rede Globo para fazer reportagens para o "SPTV".

Em 1990, ele se transferiu para a RecordTV para apresentar o jornal diário chamado "Disque Record" — atração semelhante ao atual "Balanço Geral". Ainda no canal, ele também esteve à frente do "Cidade Alerta" e, posteriormente, teve a chance de entrar para o mundo do entretenimento com os programas "Leão Livre" e "Domingo Show".

Depois de 12 anos na emissora do bispo Edir Macedo, Gilberto Barros aceitou o desafio de se mudar para a TV Bandeirantes para comandar o "Sabadaço". Em 2003, o apresentador aproveitou o bom momento de audiência aos finais de semana e emendou no projeto diário do programa "Boa noite Brasil".

Após seis anos na emissora, Leão deixou o canal em virtude de não ter sido chamado para a renovação de contrato.

Eu saí da Band porque acabou o meu contrato e a diretoria não entendeu muito bem o que estava acontecendo. Eu acho que eles foram vítimas de algum mal entendido que plantaram. Porém, venceu contrato, eles não quiseram e eu segui minha vida. Mas, lá é uma grande casa.
contou Gilberto Barros, ao portal R7

Depressão e aparição em 'Pega Pega'

Com a saída sem uma explicação da Band, Gilberto Barros passou cerca de três anos nos Estados Unidos com a família em busca de 'paz' e quase morreu em virtude da diabete.

"Eu fiquei muito triste, não estava programado a minha saída. Então, eu fui embora do Brasil. Eu passei três anos nos Estados Unidos cuidando de mim e da minha família... A minha diabete se agravou e eu emagreci vinte cinco quilos. Eu quase morri, de verdade, porque fiquei hiperdepressivo. Não pensei em me matar, mas não queria saber de nada. Pra mim, nada prestava, não dos outros, mas de mim mesmo. Foi Jesus Cristo que me salvou", relatou ele, ao portal R7.

O apresentador retornou ao Brasil em 2012 com a proposta de apresentar o "Sábado Total" nas tardes de sábado na RedeTV!, mas acabou saindo três anos depois em razão da mudança de planos da emissora. Em 2016, o artista apareceu no extinto "Programa do Porchat" (RecordTV) e lamentou a falta de espaço na televisão. "Está no meu DNA", esbravejou.

Leão, ainda, fez uma rara aparição na TV Globo, em 2017, como jornalista na novela "Pega Pega" e, atualmente, vive com seus programas em suas plataformas digitais.

Gilberto Barros comandava o Sábado Total na RedeTV - Reprodução/RedeTV - Reprodução/RedeTV
Gilberto Barros comandava o Sábado Total na RedeTV
Imagem: Reprodução/RedeTV