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Jornalistas da GloboNews veem Congresso mais forte que Presidência

Andréia Sadi, Natuza Nery, Flávia Oliveira e Julia Duailibi apresentam ao mercado a nova identidade visual da GloboNews Imagem: Daniela Toviansky/Globo

De Splash, em São Paulo

12/08/2022 04h00

Se depender dos comentários e análises de Andréia Sadi, Natuza Nery, Flávia Oliveira e Julia Duailibi, a GloboNews deve dar atenção especial à disputa do Congresso Nacional na cobertura das Eleições de outubro. Quatro das principais jornalistas de política do canal de notícias, as apresentadoras falaram sobre o que esperar da disputa em 2022 em um evento para jornalistas e anunciantes da GloboNews, em São Paulo.

Na visão das jornalistas, os deputados e senadores têm mais força em Brasília do que a Presidência da República. E é importante que os eleitores tenham consciência disso. "A instituição que hoje congrega o maior poder da República toda é o Congresso Nacional. Ao longo da nossa cobertura de política, o Congresso foi ficando cada vez mais musculoso", avalia Natuza Nery.

Julia Duailibi concorda. "Tem uma máxima que quem acompanha política conhece que é um executivo fraco acaba criando um legislativo forte. Ou o contrário. E o que aconteceu nesse governo é que a partir de um momento alguns fatores, entre os quais o risco de impeachment, o legislativo se fortaleceu."

Vale lembrar que neste ano os brasileiros vão escolher novos deputados estaduais, deputados federais, senadores, governadores e presidente. Os mandatos são de quatro anos, com exceção dos senadores, que ganham mais oito anos na Casa.

"O eleitor não se recorda em quem ele votou na eleição passada principalmente no Parlamento, justamente para o Congresso. Fico pensando se as pessoas sabem da importância do poder central que é o Congresso Nacional para o ano seguinte da eleição", diz Andréia Sadi, que faz um alerta.

"Quando você olha para uma campanha presidencial, ela não pode ser um fato isolado. Por isso que o tempo todo a gente fala sobre o tamanho das bancadas. Essa é a grande prioridade dos candidatos presidenciais e dos principais partidos."

Flávia Oliveira vai além, e explica como funcionam os grupos dentro do Congresso. "Eu chamaria atenção para uma articulação que já começou muito antes da campanha formalmente que é a articulação da Frente Parlamentar Evangélica, a própria articulação do Centrão, os puxadores de legenda. São estratégias que vêm sendo costuradas para alavancar determinadas candidaturas que são capazes de formar um grupo maior, de levar mais parlamentares", explica a jornalista.

"É uma estratégia que está sendo bem costurada pelo campo mais conservador, da direita, centro-direita, e que agora começa também a alcançar o campo progressista, o campo da esquerda. Se a gente pensar em Guilherme Boulos (PSOL), em Marina Silva (Rede Sustentabilidade), eu acho que tem uma tentativa de redução de forças em relação a esses grupos. Essas bancadas estão se articulando para fazer um número maior de parlamentares a partir de 2023."

Candidatos a presidente nas Eleições de 2018, Boulos e Marina disputam vagas de deputados federais por São Paulo em uma tentativa de fortalecer os partidos aos quais são filiados.

Flávia ainda destaca mais uma tentativa de levar diversidade ao ambiente dominado por homens brancos. "Nas eleições majoritárias a gente não teve uma formação de chapas tão diversa quanto a sociedade brasileira debateu nos últimos anos. A formação é mais prudente", avalia.

"Talvez esse clamor por diversidade — o movimento das mulheres, LGBTQIA+, o movimento ambiental, o movimento negro — seja uma resposta para tentar readequar. E isso vai ser absolutamente fundamental para a construção de um país que se deseja em termos de modernidade, de legislação, enfrentamento a algumas de nossas agendas importantes."

Além das bancadas destacadas pelas colegas, Andréia Sadi lembrou da potência da mais poderosa de todas. "O centrão sabe que ele é poderoso, ele gosta de ser poderoso e os presidentes sejam eles quem forem, também sabem que eles vão ter que sentar para negociar com esse bloco de partidos."

"A gente já viu o poder que tem um Presidente da Câmara e o Presidente do Senado aliados ao Presidente da República. Essa dinâmica do Congresso é o que vai ditar qualquer coisa que a gente vai discutir a partir do dia seguinte da eleição, mas já tem que começar a ver antes do período eleitoral", conclui.

Na campanha pela Presidência, vale lembrar que a GloboNews já recebeu Simone Tebet (MDB), André Janones (Avante) e Ciro Gomes (PDT) na Central das Eleições entre os dias 25 e 27 de julho. O canal também convidou Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para participar das entrevistas de 2 horas e 45 minutos de duração, mas não recebeu retorno dos candidatos que lideram as pesquisas.

Em 4 de agosto, nove dias depois de participar da Central das Eleições, André Janones retirou sua candidatura à Presidência para apoiar o ex-presidente Lula.

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