Família de Petito processa polícia por homicídio culposo e pede R$ 255 mi

A família da influenciadora Gabby Petito, morta em 2021 pelo noivo Brian Laundrie, planeja processar a polícia da cidade de Moab, no estado de Utah (EUA), por homicídio culposo. Os familiares alegam que policiais não investigaram adequadamente um incidente envolvendo Petito e Laundrie como violência doméstica no mês anterior à sua morte.

De acordo com a NBC News, a ação judicial foi anunciada hoje, quando os advogados da família de Gabby entraram com uma declaração de intenção, ação necessária antes de entrar com um processo contra órgãos do governo no país. O documento lista como réus o Departamento de Polícia da Cidade de Moab, o então chefe Bret Edge, o ex-chefe assistente Braydon Palmer e os policiais Eric Pratt e Daniel Robbins.

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Em agosto de 2021, a polícia de Moab foi chamada para atender um possível incidente de violência doméstica envolvendo Petito e Brian Laundrie. Imagens da câmera corporal de um policial foram divulgadas e, nelas, Petito aparece chorando e reclamando da saúde mental para os agentes. Segundo ela, o casal vinha discutindo com mais frequência e ela teria dado um tapa em Laundrie durante uma discussão.

Na ocasião, o casal decidiu não registrar queixas e os policiais recomendaram que eles passassem a noite separados. O noivo foi para um hotel, enquanto ela dormiu na van. Os áudios foram divulgados pela Fox News.

Semanas após os restos mortais de Petito serem encontrados, uma versão mais longa do vídeo foi divulgada. Nela, o policial questiona a influenciadora sobre machucados nos braços e no rosto e pergunta se Laundrie a agrediu. A jovem disse que Laundrie a machucou quando a segurou pelo rosto, mas culpou a si mesma por iniciar a discussão e ter agredido ele primeiro.

Após a repercussão do vídeo, o Departamento de Polícia de Moab fez uma investigação do caso, que foi concluída em janeiro. De acordo com a instituição, os policiais classificaram incorretamente o incidente e não investigaram suficientemente a situação entre Petito e Laundrie. Um agente descreveu a situação como uma "crise emocional" nos registros do caso.

A equipe jurídica da família alega que, se a polícia tivesse sido treinada corretamente, saberia que Gabby era vítima de violência doméstica. Em uma coletiva de imprensa realizada hoje, um advogado da família de Petito, James McConkie, afirmou que "os pais de Gabby estão movendo esse processo para honrar o legado da filha, salvando vidas de vítimas de violência doméstica nos Estados Unidos e no mundo. Eles esperam que seus esforços para ajudar salvem vidas e dêem algum sentido ao assassinato evitável, trágico e sem sentido de sua filha."

Entenda o caso

Gabby e Brian viajavam juntos pelos Estados Unidos em uma van, mas ele voltou para casa sozinho no dia 1º de setembro do ano passado. No dia 11 de setembro, o jovem registrou o desaparecimento da noiva.

No mesmo mês, dia 19, o corpo da influenciadora foi encontrado no Parque Nacional Grand Teton, em Wyoming, nos EUA. De acordo com os médicos, ela estava morta há cerca de quatro semanas antes de ter sido encontrada. A autópsia inicial informou que Gabby foi estrangulada.

Com isso, o noivo se tornou o principal suspeito pela morte da jovem. No entanto, durante as investigações, ele desapareceu. À época, os pais de Brian não comentaram muito a respeito da investigação e apenas afirmaram que o filho tinha saído para uma caminhada no dia 14 de setembro, mas não retornou para casa.

Após o sumiço do jovem, restos mortais de Brian foram descobertos no Parque Ambiental Myakkahatchee Creek, na Flórida, em 20 de outubro. Após investigações, a polícia concluiu que ele cometeu suicídio com um tiro e o corpo foi comido por crocodilos.

O FBI também concluiu que a influencer foi assassinada pelo noivo. Em comunicado divulgado no site oficial, o Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos indicou que não foram identificados outros indivíduos envolvidos no caso.

Os pais de Gabby Petito já haviam aberto um processo contra os pais de Brian. Os dois alegam que o casal sabia que o filho assassinou a jovem e ainda ajudou a planejar uma fuga do país.