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Perder amigo é complicado, mas perder uma referência é pior, diz Ronnie Von

Colaboração para Splash, em São Paulo

05/08/2022 18h49

Em entrevista ao UOL News, o apresentador Ronnie Von lamentou a morte de Jô Soares e celebrou o legado do amigo. O humorista morreu na madrugada de hoje aos 84 anos. A causa da morte não foi divulgada, mas ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, desde o dia 28 de julho.

"Perder amigo é complicado. Agora, quando você perde uma referência, a coisa dobra de tamanho. Eu estou muito triste e acredito que todos os brasileiros também estejam", disse Ronnie Von. "Foi um dia muito pesado para todos nós, mas devemos sempre tirar proveito da adversidade."

Ronnie Von lembrou que, quando Jô lhe contou sobre a ideia de fazer um programa de entrevistas, ele foi contra, pois achava arriscado o amigo trocar a carreira consolidada no humor para se aventurar em novos caminhos.

"Eu era e sou até hoje fã de programas talk show. Só que com o Jô isso teve uma outra cara. Ele conseguiu ser uma referência para todos nós que somos entrevistadores", afirmou.

O apresentador também elogiou a habilidade que Jô Soares tinha em fazer os outros rirem.

"Dentro desse ofício, é muito complexo você fazer alguém rir e o Jô conseguia isso. Na construção de um personagem, o que existe de mais importante é se caracterizar de uma forma em que não se veja ligação com a pessoa que faz isso. O Jô fazia isso com maestria. Você via qualquer personagem dele, não via o Jô".

Relembre a trajetória de Jô Soares

José Eugênio Soares nasceu no dia 16 de janeiro de 1938, no Rio de Janeiro. Filho único do empresário paraibano Orlando Heitor Soares e de Mercedes Leal Soares, com apenas 12 anos ele se mudou com a família para a Europa, onde pensou em seguir a carreira diplomática.

Estudou em colégios renomados como o Colégio de São Bento, no Rio, Colégio São José, em Petrópolis, e no Lycée Jaccard, em Lausanne, na Suíça, mas seu amor pelo teatro falou mais alto.

No ano de 1956, Jô fez sua estreia na televisão no elenco da "Praça da Alegria", na Record TV, onde ficou por aproximadamente 10 anos. Em 1959, interpretou um americano no filme "O Homem de Sputinik", dirigido por Carlos Manga e estrelado por Oscarito. No mesmo ano, escrevia para um programa da TV Continental chamado "TV Mistério, que tinha no elenco Paulo Autran e Tônia Carreiro.

Seu primeiro humorístico da TV Globo aconteceu apenas em 1970, com o "Faça Humor, Não Faça Guerra", que virou um marco com piadas curtas e cortes secos.

A carreira de apresentador começou depois que Jô deixou a Globo e foi trabalhar no SBT, em 1987. Ele estrelou o humorístico "Veja o Gordo" e logo embarcou no seu grande sonho de apresentar um programa de entrevistas no formato de talk show. Nascia, em 1988, o "Jô Soares Onze e Meia". O programa ficou no ar até 1999.

Em 2000, ele retornou à Globo como apresentador do icônico "Programa do Jô", que ficou no ar até 2016.

Assista ao UOL News na íntegra: