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Como Jô Soares mudou a carreira de Natuza Nery, uma das 'Meninas do Jô'

Natuza Nery, apresentadora e analista de política da GloboNews - Divulgação/GloboNews
Natuza Nery, apresentadora e analista de política da GloboNews Imagem: Divulgação/GloboNews

De Splash, em São Paulo

05/08/2022 15h43

A jornalista Natuza Nery trabalhava na imprensa escrita, na cobertura política para o jornal Folha de S.Paulo, quando recebeu de Jô Soares, que morreu hoje aos 84 anos, a oportunidade de estrear na televisão. Natuza foi uma das participantes do célebre quadro das "Meninas do Jô", que levou jornalistas mulheres para falarem sobre política no palco com o apresentador.

"Jô mudou minha carreira", relata a jornalista a Splash. "Eu trabalhava na Folha quando a Anne Porlan, que trabalhava com ele, sugeriu meu nome para participar do Meninas. Não achei que seria chamada de novo. E acabei ficando até o último dia do quadro. E ele morria de saudade do Meninas do , dizia que sentia muita falta", conta Natuza Nery.

O "Meninas" foi a largada para que muitas mulheres estreassem na cobertura política na televisão. Natuza é hoje apresentadora e comentarista política na GloboNews, onde também atua Andréia Sadi. Vera Magalhães, outra egressa dos jornais impressos que debutou na TV com Jô, hoje apresenta o tradicionalíssimo "Roda Viva" na TV Cultura.

Jô Soares e Natuza Nery no quadro "Meninas do Jô", no "Programa do Jô" (Globo), em 2015 - Reprodução/TV Globo - Reprodução/TV Globo
Jô Soares e Natuza Nery no quadro "Meninas do Jô", no "Programa do Jô" (Globo), em 2015
Imagem: Reprodução/TV Globo

Natuza Nery conta a Splash que a amizade com Jô Soares seguiu até o fim da vida com o apresentador. A última vez que eles conversaram foi no final de julho, há menos de duas semanas, quando a jornalista perdeu o pai e recebeu uma mensagem de conforto de Jô.

"Acordei e abri o celular para ver mensagens, como faço sempre. Tomei um susto. Demorei a entender. Não estava esperando. A última vez em que trocamos mensagens foi na morte do meu pai, no dia 27 de julho último. Ele mandou uma mensagem bonita e eu respondi. Foi a última vez até a notícia devastadora de hoje", diz.

Para ela, fica a "memória das nossas conversas sobre política e sobre a vida regadas a café e bolo de fubá na casa dele". "E eu sempre levava o bolo pra casa depois (risos). Parece que estou ouvindo agora a gargalhada dele ao telefone", relembra.

"Pra cultura, o Jô é o maior. Ninguém atingiu o que ele atingiu. Tudo nele era raro e gigante", enaltece. Para Natuza Nery, a maior entrevista do Jô foi a clássica que reuniu Hebe Camargo, Nair Bello e Lolita Rodrigues no sofá do programa. "Até hoje me acabo de rir quando vejo", conta.

"Jô vai fazer fazer muita falta na minha vida. Ele cuidava dos amigos. Cuidava de mim. Já sinto uma saudade imensa do meu mestre, o rei da televisão", diz a jornalista.